quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mudando de assunto...



O que essa foto de um cachorro abandonado tem a ver com o karate?

Muito mais do que parece...

Para quem não sabe, além de carateca, sou médico veterinário, formado há dez anos.

Recentemente conheci o trabalho do abrigo Ajude um Animal, formado por um grupo de pessoas, amantes dos animais - entre elas a renomada médica veterinária Eliane Jessula - que se reuniram em prol de um objetivo comum: ajudar os animais abandonados.

Milhares de cães e gatos vagam pelas ruas, doentes, famintos, sofrendo de maus tratos - sim, ainda existe gente imbecil a ponto de judiar de um animal - e terminam seus dias morrendo de doenças cujo tratamento pode ser até bem simples. E o pior, eles se reproduzem, fazendo com que haja um ciclo interminável de animais de rua.

O objetivo primordial do abrigo Ajude um Animal, é recolher, tratar, vacinar e doar o maior número possível de cães e gatos.

Se você por acaso tem vontade de ter um cão ou gato em casa, pense na possibilidade de adotar um animal, em vez de comprar. Entre no site, veja as fotos.

E se não puder ter um bicho em casa, há outras formas de ajudar.

Parabéns a todos que trabalham, se envolvem, doam tempo e dinheiro para que esse abrigo funcione.

OSS!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Budô vs esporte

O esporte traz grandes benefícios para as lutas de uma forma geral, e isso é inegável.
Aumenta o número de praticantes, estimula os lutadores a treinarem até o limite, difunde a arte marcial pelo mundo, permite que pessoas de diferentes partes do mundo se enfrentem, entre outras coisas.
Mas também traz alguns aspectos negativos, como a drástica diminuição na quantidade de golpes utilizados, consequentemente podando várias técnicas da luta (dificilmente se vê um atleta de karate utilizando joelhadas, cotoveladas, ou téncicas de torção, presentes nos nossos katas, por exemplo). As regras também acabam criando situações estranhas, como atletas que vencem, sagram-se campeões, apanhando.
As nuances da regra produzem aberrações, em todas as artes marciais que se utilizam do sistema de pontos, pois a marcação acaba sendo subjetiva. E, uma vez que advertências podem gerar pontos para os adversários, cria-se lutadores que se acostumam a vencer sem pontuar, ou seja, sem bater.
Entretanto, talvez a pior característica que um atleta de karate pode adquirir é a falta de respeito com seu adversário, ferindo frontalmente os princípios da arte marcial. Faz parte do Dojo Kun o lema “Respeito acima de tudo”. E isso, por muitas vezes, é completamente esquecido nos kotos de competição.
Na Tailândia, no último Mundial da JKA, a equipe brasileira pegou de cara a África do Sul, uma das maiores pedreiras do mundo. Muito nervosos, conseguimos vencer, mas nossa postura fora do kotô foi repreensível, pois gritamos, torcemos, comemoramos cada vitória. Ao final do combate, felizes, vimos que nosso técnico, sensei Machida, não estava com cara de quem tinha gostado.
“Venham aqui!”, ele chamou.
“Vocês não podem fazer isso! Ficar torcendo, gritando. Só o técnico pode falar, ninguém mais. E também não quero ver ninguém comemorando golpe, comemorando vitória dentro do koto. JKA não é esporte! JKA é Budô! É luta de samurai!”
Aquilo mexeu demais comigo, pois eu era um dos que estava comemorando, gritando, torcendo.
O que estava acontecendo com todos nós? Será que uma competição, por maior que seja, serve de desculpa para que simplesmente esqueçamos as regras de conduta que aprendemos lá atrás, ainda na faixa branca?
Há um motivo para se escolher o karate Tradicional, o karate JKA. E sensei Machida, em poucas palavras, definiu exatamente esse motivo.
Karate JKA não é esporte. É Budô.
Muito mais importante do que a medalha, foi o ensinamento do sensei Machida, que nos trouxe de volta à realidade, e nos mostrou o caminho correto.
Vencer a qualquer custo é premissa do esporte. Fazer firula, fingir, importando-se mais com a vitória do que com a honra. Desrespeitar o adversário, brincar com ele, fazer graça – como vemos tanto no MMA, boxe, futebol, basquete... Isso pode existir no esporte. Mas jamais na arte marcial. Jamais em uma luta onde se aplica o Budô.
Se a luta que escolhemos foi o karate, e dentro disso nos identificamos com o karate Tradicional / /JKA, então temos que agir de acordo, sem exceção.
O mesmo se aplica à torcida. Vaiar, xingar, caçoar, gritar no meio de uma execução de kata ou de uma luta, é errado. O exemplo deve começar pelos atletas, professores, dirigentes, e se estender ao público, aos amigos e familiares.
Afinal, “Karate JKA não é esporte! Karate JKA é Budô!”
OSS.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Carta do sensei Yasutaka Tanaka






Minha vontade de conhecer, contar e documentar a história do nosso karate é quase uma obsessão.
No último sábado, em uma reunião da FERJKT, recebi das mãos do mestre Yasutaka Tanaka uma preciosidade, algo de valor incalculável: um caderno com as atas, resultados e detalhes dos 14 primeiros campeonatos brasileiros de karate, compreendendo o período entre 1969 e 1983.
Além disso, uma carta escrita pelo próprio sensei Tanaka, onde ele conta de forma resumida a história do karate Tradicional.
Os resultados dos campeonatos, postarei em breve na página "Resultados".
Segue abaixo a carta na íntegra:

“Em 1962, quando cheguei ao Rio de Janeiro, o karate era desconhecido pela maioria do povo carioca. Pouquíssimas pessoas tinham conhecido e treinado essa arte marcial, entre essas, o professor de educação física Lirton Monassa. Conheci Lirton e o professor de judô Almerídio Brandão, mais conhecido como Marujo, no Ginásio Brasileiro de Cultura Física. Ambos conheciam a luta e sua filosofia. Foi com a ajuda deles que consegui divulgar e popularizar o karate. Nascia então, na praia de Botafogo, a academia Kobukan, hoje CLUBE DE ARTES MARCIAIS KOBUKAN. Logo depois, Lirton Monassa tornou-se o primeiro faixa-preta brasileiro.
Nas décadas de 70 e 80, já havia várias Federações Estaduais, subordinadas a uma Confederação Brasileira.
Houve então uma cisão no karate estilo Shotokan mundial, sendo criadas duas federações de âmbito internacional: a W.U.K.O. (World Union Karate Organization) e a I.T.K.F. (International Traditional Karate Federation). O COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu as duas federações. No entanto, aqui no Brasil não se queria reconhecer duas federações para o que se considerava um mesmo esporte. Nesse momento entra em cena o professor Manoel Tubino, que já treinara comigo e era presidente do C. N. D. ( Conselho Nacional de Desportos), órgão máximo do desporto brasileiro. Graças a ele – deixo aqui o meu agradecimento – consegui que reconhecessem que o karate Tradicional diferia do praticado pela WUKO. Com isso, pude continuar ensinando e divulgando o karate que aprendi no Japão.”

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Lyoto Machida luta pelo cinturão em dezembro

Pois é, para quem pensava que Dana White estava colocando Lyoto Machida na geladeira, está aí a prova de que antes de mais nada o americano tem visão, e jamais deixaria um lutador do calibre do brasileiro encostado, sem lutar.
Depois da desistência de Rashad Evans na luta pelo cinturão dos meio-pesados, Dana convocou Lyoto Machida para enfrentar Jon Jones.
Jones - considerado por muitos o "Anderson Silva" dos meio-pesados -, é uma pedreira. Talvez seja o maior desafio da carreira do carateca.
Lutador versátil e completo, o norte-americano tem uma trocação muito afiada, com golpes perigosos e inesperados, além de um wrestling perigosíssimo e um jiu-jitsu tão bom que fez com que ele fosse a primeira pessoa a finalizar Rampage Jackson no UFC.
E agora? Qual será a melhor estratégia para enfrentar esse casca-grossa?
Se Machida seguir a mesma linha em sua luta contra Randy Couture, os treinamentos serão focados no karate, e a estratégia será manter a luta em pé.
Para os fãs de Lyoto, resta fazer uma energia positiva nessa semanas que antecedem o grande combate, torcendo para que ele não se machuque e que consiga chegar 100% na luta pelo título. Até porque, para vencer Jon Jones, só estando 100%.
Para Jones, também, a parada será duríssima, pois ele terá que adaptar seu jogo ao estilo diferenciado do karate Shotokan de Lyoto.
Começamos a torcida pelo brasileiro...
OSS!
*** No link, a matéria original na Tatame
http://www.tatame.com.br/2011/10/06/UFC--Jon-Jones-x-Lyoto-Machida-no-UFC-140

sábado, 8 de outubro de 2011

Campeonato Open JKA em Santa Catarina


Será realizado dia 15 de outubro o I Campeonato Open JKA de Santa Catarina, na cidade de Brusque.
Organizado pelo representante da JKA do Brasil em SC, Celso Kolesnikovas, o evento será aberto a todos os praticantes de karate Shotokan do Estado.
Este é mais um evento cujo intuito é difundir o nosso karate pelo Brasil.
Sucesso à organização e a todos os atletas que participarem.
OSS!