Sou um defensor ferrenho das competições de karate. Acredito que é a melhor forma de divulgar a nossa arte marcial, e de estimular as pessoas a procurarem a luta. Creio ser um estímulo também para os praticantes, para que treinem todos os dias, visando um objetivo. Mais importante, as competições criam oportunidades únicas de trocas de experiências com outros mestres e outros praticantes. Nas competições, você pode se testar, tentar acertar sem ser acertado, bater com toda a força, sabendo que o oponente vai fazer o mesmo. Há ainda o fator psicológico, ter que fazer um kata ou lutar contra um desconhecido em frente a um público. Tudo isso, na minha opinião, contribui para o crescimento de um carateca. Por outro lado, me pergunto: o que está acontecendo?
Tenho visto, ao longo dos anos como atleta, situações controversas dentro dos kotos de competição. Professores gritando contra os árbitros, algumas vezes palavras ofensivas, ou berrando “instruções” para seus pupilos, mandando que dêem “porrada” nos adversários porque os juízes não estão dando os pontos que eles (os professores) acham que deveriam ser marcados (sempre a favor de seus pupilos, é claro); torcedores que se portam como se fosse uma competição de futebol ou qualquer outro esporte que não o karate Shotokan; pais exaltados, exigindo que seus filhos vençam o torneio. Mas o pior são alguns dos próprios atletas, que tentam de tudo para obter a vitória. Inclusive, e principalmente, acusar um golpe que recebam no rosto.
Já vi atletas que simulam knockdowns, que ficam felizes quando o rosto sangra, e que comemoraram como crianças uma vitória por desclassificação do adversário. É claro que há situações onde um lutador se excede, ou comete um erro e acerta o outro com muita força, causando um estrago. Ele pode ser desclassificado por isso, é normal, não é culpa de ninguém além dele mesmo, e o outro não tem nada a ver com isso. Mas daí a forçar uma situação, ou, pior, ficar feliz e radiante com isso...
Para mim, isso vai contra tudo o que aprendi dentro do karate, com meu sensei Ugo Arrigoni, e com feras como Flávio Costa, Ricardo Arrigoni, Newton Costa, Cláudio Caldas, Giuliano Lorenzoni, Christiano Arrigoni, e muitos atletas como Chinzô, Lyoto e Takê Machida, Alecssandro Jobson, Rafael Moreira, Helton Aragão, Eduardo Santos, Vinício Antony, Enobaldo Athaíde... e tantos outros. Para esses e muitos outros – não haveria espaço aqui para citar a todos – ganhar é muito mais do que uma decisão do árbitro, ser campeão é muito mais do que um troféu. É ganhar para si mesmo, é ser campeão dentro de seus padrões de “qualidade”.
Muito mais do que acumular títulos e premiações douradas, o que desejo do fundo do meu coração ao longo do meu tempo como atleta é conseguir lutar com honra, sempre.
OSS.
Tenho visto, ao longo dos anos como atleta, situações controversas dentro dos kotos de competição. Professores gritando contra os árbitros, algumas vezes palavras ofensivas, ou berrando “instruções” para seus pupilos, mandando que dêem “porrada” nos adversários porque os juízes não estão dando os pontos que eles (os professores) acham que deveriam ser marcados (sempre a favor de seus pupilos, é claro); torcedores que se portam como se fosse uma competição de futebol ou qualquer outro esporte que não o karate Shotokan; pais exaltados, exigindo que seus filhos vençam o torneio. Mas o pior são alguns dos próprios atletas, que tentam de tudo para obter a vitória. Inclusive, e principalmente, acusar um golpe que recebam no rosto.
Já vi atletas que simulam knockdowns, que ficam felizes quando o rosto sangra, e que comemoraram como crianças uma vitória por desclassificação do adversário. É claro que há situações onde um lutador se excede, ou comete um erro e acerta o outro com muita força, causando um estrago. Ele pode ser desclassificado por isso, é normal, não é culpa de ninguém além dele mesmo, e o outro não tem nada a ver com isso. Mas daí a forçar uma situação, ou, pior, ficar feliz e radiante com isso...
Para mim, isso vai contra tudo o que aprendi dentro do karate, com meu sensei Ugo Arrigoni, e com feras como Flávio Costa, Ricardo Arrigoni, Newton Costa, Cláudio Caldas, Giuliano Lorenzoni, Christiano Arrigoni, e muitos atletas como Chinzô, Lyoto e Takê Machida, Alecssandro Jobson, Rafael Moreira, Helton Aragão, Eduardo Santos, Vinício Antony, Enobaldo Athaíde... e tantos outros. Para esses e muitos outros – não haveria espaço aqui para citar a todos – ganhar é muito mais do que uma decisão do árbitro, ser campeão é muito mais do que um troféu. É ganhar para si mesmo, é ser campeão dentro de seus padrões de “qualidade”.
Muito mais do que acumular títulos e premiações douradas, o que desejo do fundo do meu coração ao longo do meu tempo como atleta é conseguir lutar com honra, sempre.
OSS.
3 comentários:
Jaime, vc tem toda razão.
Pior é que na JKA a coisa esta começando tambem a ir pra esse lado. No ultimoSul Americano, o Sensei Ugo chamou a atençao de alguns atletas por eles estarem comemorando pontos como se estivessem jogando bola. Pior é que apareceu em Rede Nacional, no SPORTV.
Acredito que aqui no Brasil, o problema seja Educação mesmo. Falta muito pra gente chegar a ter um nivel de Educação ruim.
Pois é, comemorar quando se vence, eu acho ruim, mas entendo, porque vc está com a adrenalina lá em cima, acabou de vencer uma luta difícil, etc, etc. Não é certo, mas até dá para entender o erro. Agora comemorar depois de levar uma "pregada" na cara, ficar feliz porque venceu apanhando... aí é dose. Vergonhoso...
Abraço!
Como aprendi a muito tempo, ponto seria a eliminação do adversario, como sendo uma luta não podemos comemorar por te-lo eliminado é um erro gritante no novo karate, copetição tem meritos mas uma entendimento errado por muitos.
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