Sempre os atletas estão
sob os holofotes. São eles que são notícia, que movimentam a mídia do karate,
que exprimem, teoricamente, o que há de melhor em nossa arte marcial.
Mas e quanto aos
inúmeros praticantes que não são atletas? Seriam eles menos importantes do que
os grandes campeões?
Muito pelo contrário...
Um atleta, com todos os
méritos que lhe são devidos – e são muitos -, treina como um louco, convive com
a dor, lesões, exaustão, em busca de um sonho. O atleta treina com um objetivo
definido, algo palpável, datas, metas.
O não atleta treina
pelo simples fato de amar o karate. Se colocarmos na balança, sua motivação é
mais nobre do que a de qualquer um. Treinam, convivem também com a dor, e mesmo
que seu volume de treinamento seja muito menor do que o de um atleta, eles se
doam totalmente à arte marcial que escolheram.
Treinar pelo simples
fato de evoluir, de aprender, de seguir tentando melhorar, é louvável. É um dos
sentimentos mais puros que existe.
Fica aqui registrada
minha admiração pelos que treinam sem competir. Treinam por treinar.
No começo da minha vida
como karateca, eu era assim. Treinava duas, três horas por dia – era adolescente,
com tempo e energia de sobra – sem sequer pensar em competir. Para mim,
competir era algo muito distante, eram pessoas diferentes, que eu admirava.
Hoje, meus treinos são mais repetitivos, e voltados a um objetivo. Mas assim
que me aposentar, voltarei aos treinos puros, à prática exaustiva pelo prazer
de aprender e evoluir, voltarei ao karate como um todo, e não só uma fatia –
por mais importante que acredito que seja -, que é a competição.
OSS.
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