No dia 30 de setembro, embarcarei para a Florida, EUA, para ficar um mês treinando Vitor Belfort.
O intuito será o de dar continuidade ao trabalho de Vinicio Antony, que está lá com o lutador do UFC há duas semanas.
Depois de sua luta com Cris Weidman, Vitor chamou Vinicio, com o objetivo de voltar aos treinos de karate Shotokan, que tanto acrescentaram ao seu jogo de trocação no UFC.
Viajo com o objetivo de sempre: adaptar o jogo do karate Shotokan para o MMA, como fiz para as lutas do atleta brasileiro contra Rich Franklin, Anderson Silva, Anthony Johnson e Luke Rockhold.
O karate Shotokan tem uma característica que é peculiar, e que pode ser uma poderosa arma no MMA: por ser uma luta onde a competição é decidida por pontos, e não pela trocação franca, os atletas se acostumam a não levar golpes (exatamente porque esses golpes, em uma competição, poderiam determinar a derrota). Por outro lado, desenvolvemos muito um jogo de tempo e distância que nos permite lutar em segurança, atacando, ou contra-atacando no momento exato, tentando finalizar a luta com um só golpe. A isso, chamamos todome waza (técnica do golpe único)
Pela minha visão, esse tipo de técnica é ideal para um primeiro ataque no MMA. Sei que grande parte das vezes o golpe único não será suficiente. Mas aí entram outras técnicas, como lenzoku waza (técnica de sequência de golpes), e técnicas de média e curta distâncias (essas duas últimas muito bem utilizadas pelos lutadores de boxe e muay thay - duas artes que Vitor também treina).
Ou seja, utilizando a defesa do Shotokan, com o tempo e distância e os golpes longos, além dos contra-ataques e do deai (golpe de encontro) para um "first strike", e depois emendando com uma sequência de golpes que podem ser do boxe ou muay thay. Assim, Vitor será um lutador completo em cima, e extremamente perigoso em todas as distâncias.
Nas lutas contra Rich Franklin, Akiyama, Michael Bispin, Luke Rockhold e o próprio Dan Henderson, ele demonstrou esse tipo de estratégia: iniciava o nocaute com um golpe avassalador que podia vir como um deai ou um golpe longo de uma distância segura, e depois finalizava com uma sequência agressiva, como lhe é característico.
Manterei relatos semanais sobre os treinos e sobre a evolução de Vitor Belfort nesse camping.
OSS!
Um comentário:
Desejo sucesso para voces Jayme Sandall. Abraço. Oss!!!
Postar um comentário