quarta-feira, 7 de setembro de 2016

X Sulamericano JKA 2016


Manuela Spessatto (RS); Kata por equipes; Kumite por equipes

O ginásio aos pés da cordilheira dos Andes

Jayme Sandall (Brasil vs EUA)

A equipe campeã
Pódio kumite por equipes
Kumite por equipes 17-18 anos


Kata por equipes

Os atletas do kumite masculino adulto: Fábio Simões (SP), Jayme Sandall (RJ), Diego Andrade (BA), Rafael Moreira (RS), Sidiney Zucci (RS), Carlos Rodrigo (GO), Jaime Junior (SP) e Matheus Cirillo (SP)

Treino entre Diego Andrade e Jayme Sandall

Campeões!

Wagner Pereira

Foi realizado, nos dias 04 e 05 de setembro de 2016, o X Campeonato Sulamericano JKA, na cidade de Santiago, Chile.

Na verdade, apesar do nome ser mantido, a competição se transformou em um campeonato panamericano.
Delegações completas de Estados Unidos, Canadá, Panamá e México se uniram a Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Chile nessa que foi a maior competição sulamericana de todas na JKA.

Nas categorias de base, ficou evidente a evolução do Brasil. Nossos atletas impressionaram tanto, que escutei pessoalmente da boca do técnico argentino, sensei Prina: "as crianças do Brasil evoluíram muito! Muito mais do que as de todos os países, inclusive a Argentina. "

Com isso, conquistamos resultados fantástios. Mais do que isso, os menores competiram tão bem, com uma postura tão impressionante, que serviram de inspiração para os adultos.

Destaco aqui duas conquistas em particular: os títulos de kumite por equipes das categorias 15 - 16 anos, e 17 - 18 anos.
Na primeira, Enzo Silva (PA), Lucas Venito (RJ), Bernardo Barreto (SP) e Thomaz Frassá (RS) venceram a forte equipe paraguaia na final.
Na categoria 17-18 anos, João Lima (PA), Rafael Gameiro (SP), Piasky Simões (SP) e Petterson Lozinski (SP), venceram a disputa final contra os argentinos.

Em ambas as disputas, as equipes demonstraram união, garra, e técnica. Mas, acima de tudo, demonstraram espírito, e foram elogiados pelos mestres: "isso é o verdadeiro karate JKA"

Entre os adutos, no feminino, destaque para Manuela Spessatto (RS), que, ao conquistar os títulos de kata individual e por equipes confirmou a condição de maior campeã de todos os tempos em sulamericanos, entre homens e mulheres. A brasileira coleciona nada menos do que 15 títulos sulamericanos, distribuídos em três categorias (kata individual, kata por equipes e kumite por equipes)

A equipe de kata, formada ainda por Hannah Aires (RS) e Cristiane Babinski (RS), mostrou muito entrosamento e confirmou o favoritismo. No individual, Manuela mostrou um Gojushiho Sho fantástico, e mostrou que pode chegar ainda mais longe no mundial de 2017 do que o histórico quinto lugar de 2014.

No kumite, a campeã sulamericana de 2012, Juliana Vitral (MG), atropelou as adversárias com mae geri e gyako tsuki indefensáveis, até parar na semi-final, perdendo para a argentina Jeanette Castañeda, que acabou sagrando-se campeã da categoria.

Por equipes, Manuela Spessatto, Hannah Aires, Juliana Vitral e Bruna Lee (RJ), perderam na semi final para as chilenas. Ficaram com o bronze após a disputa da medalha contra as colombianas.

No masculino, Andrew Marques (SP), levou o bronze na disputadíssima categoria de kata individual, levando o Brasil ao pódio.
A equipe de kata, com Andrew, Marcel Raimo (SP) e Rodrigo Alves (SP), também ficou com o bronze. Infelizmente, esse ano eles não conseguiram repetir o título conquistado ano passado, no sulamericano do Brasil. Mas representaram nosso país de forma espetacular, e deixarama a certeza de que é possível conquistarmos um pódio nessa modalidade no mundial de 2017, na Irlanda.

No kumite individual, mais uma vez Rafael Moreira (RS) foi o melhor brasileiro, chegando pela segunda vez consecutiva à semi-final, depois de aplicar um ipon fantástico no argentino-brasileiro Roberto Mendes.
Infelizmente, o capitão da Seleção Brasileira perdeu a semi para Julio Silva (Chile), que na final, perdeu para Rodrigo Rojas (Chile).
Rodrigo sagrou-se tricampeão (2013, 2015 e 2016), igualando o feito de Jorge Rivas (Argentina), que levou o título em 2007, 2009 e 2010.

No kumite por equipes, a emoção de sempre. Disputas eletrizantes levaram as torcidas dos países ao delírio.

O Brasil venceu os Estados Unidos na primeira rodada por 3x2. Na semi-final, vencemos os mexicanos por 5x0.

Do outro lado da chave, a Argentina tirou os chilenos (medalha de bronze no mundial de 2014) por 5x0.
A grande final estava definida. Pela quarta vez consecutiva, o título mais importante do sulamericano seria decidido pelos maiores rivais das Américas.
Após perderem as finais de 2013 (Paraguai) e 2015 (Brasil), os brasileiros estavam com os argentinos entalados na garganta.

Na grande final, Jayme Sandall (RJ), Diego Andrade (BA) - maior destaque de kumite do Brasil na competição -, Fábio Simões (SP), Carlos Rodrigo (SP) e Rafael Moreira (RS) conseguiram garantir o título de forma dramática.
Jayme empatou a primeira luta contra Marcelo Monzón em 0 a 0, em uma luta onde os dois tinham seus golpes engatilhados, O primeiro que tentasse alguma coisa, seria pego pelo outro. Sem encontrarem brechas para atacar, empataram. 
Na segunda, Diego Andrade enfrentou o mesmo atleta que acabara de tirá-lo da disputa individual: o brasileiro radicado na Argentina, Roberto Mendes. Depois de levar um wazari, o baiano teve calma, coragem e técnica para virar a luta.
Fábio Simões, em seu último campeonato sulamericano, também começou perdendo para Ismael Schneider. Mas, lutando com o coração na ponta das luvas, conseguiu virar faltando menos de trinta segundos para o final da luta.

Carlos Rodrigo pegou o perigosíssimo Ramon, que acabou conseguindo vencer.

Rafael Moreira entrou para a última luta contra Jorge Rivas com o placar em 2x1 para o Brasil.
A luta foi tensa, e Rafael conseguiu o primeiro wazari. Valente, o argentino partiu para cima e empatou.
Mas o brasileiro não se deixou provocar, e com muita frieza e competência segurou o empate, e o Brasil ficou com o título.

Pentacampeõs de kumite por equipes!

Únicos remanescentes da primeira geração dessa Seleção Brasileira JKA, que participou do I Sulamericano (2002), Manuela Spessatto, Jayme Sandall, Rafael Moreira e Letícia Aragão (BA), fizeram história ao participarem dessa décima edição da maior competição da JKA nas Américas.

Além deles, apenas mais dois atletas, entre todos os países, participaram tanto do primeiro, quando do décimo sulamericano: Jorge Rivas e Jeannette Castañeda, ambos argentinos.

Esse ano, sensei Machida nomeou técnicos da Seleção Brasileira os mestres Ugo Arrigoni (RJ) e Kazuo Nagamine (SP)
Os dois, profundos conhecedores do karate-dô JKA, foram inteligentíssimos na condução dos treinamentos e da competição. Eles delegaram a função de sub-técnicos aos atletas mais experientes, e com isso nenhum brasileiro ficou sozinho em suas disputas. Os mais novos sentiram-se seguros e competiram melhor. Além disso, qualquer problema maior que surgisse, os dois mestres estavam sempre por perto, e resolviam na hora. os dois pareciam onipresentes, atentos a tudo e dispostos a fazer qualquer coisa para auxiliar os atletas. Grandes mestres que foram fundamentais em cada conquista da nossa Seleção nesse sulamericano.

Contaram ainda com a ajuda de Wagner Pereira (SP), que trabalhou muito, sempre com o intuito de ajudar. Tendo uma relação muito próxima aos atletas do kumite adulto, ele se desdobrou para estar presente em todas as áreas de luta sempre que um brasileiro estava lutando.

Fica aqui registrado o profundo agradecimento da Seleção Brasileira a todos que se esforçaram para que a nossa delegação pudesse competir da melhor forma possível. Um especial agradecimento a Roberto Tanaka e Renato Kurihara, que trabalharam de forma incansável na solução de qualquer problema, sempre preocupados com o bem estar dos atletas; aos árbitros e professores que viajaram com a delegação; ao sensei Alfredo Aires pelo excelente trabalho junto à comissão técnica da sulamérica.

Nenhum atleta se faz sozinho, e nenhuma seleção conquista nada sem o trabalho de muitas pessoas. Se, na hora das competições, que brilha são os atletas, isso só é possível devido ao trabalho de base de incontáveis pessoas.

OSS!



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