sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Vitor Belfort treina karate Shotokan


No dia 30 de setembro, embarcarei para a Florida, EUA, para ficar um mês treinando Vitor Belfort.
O intuito será o de dar continuidade ao trabalho de Vinicio Antony, que está lá com o lutador do UFC há duas semanas.

Depois de sua luta com Cris Weidman, Vitor chamou Vinicio, com o objetivo de voltar aos treinos de karate Shotokan, que tanto acrescentaram ao seu jogo de trocação no UFC.

Viajo com o objetivo de sempre: adaptar o jogo do karate Shotokan para o MMA, como fiz para as lutas do atleta brasileiro contra Rich Franklin, Anderson Silva, Anthony Johnson e Luke Rockhold.

O karate Shotokan tem uma característica que é peculiar, e que pode ser uma poderosa arma no MMA: por ser uma luta onde a competição é decidida por pontos, e não pela trocação franca, os atletas se acostumam a não levar golpes (exatamente porque esses golpes, em uma competição, poderiam determinar a derrota). Por outro lado, desenvolvemos muito um jogo de tempo e distância que nos permite lutar em segurança, atacando, ou contra-atacando no momento exato, tentando finalizar a luta com um só golpe. A isso, chamamos todome waza (técnica do golpe único)

Pela minha visão, esse tipo de técnica é ideal para um primeiro ataque no MMA. Sei que grande parte das vezes o golpe único não será suficiente. Mas aí entram outras técnicas, como lenzoku waza (técnica de sequência de golpes), e técnicas de média e curta distâncias (essas duas últimas muito bem utilizadas pelos lutadores de boxe e muay thay - duas artes que Vitor também treina).
Ou seja, utilizando a defesa do Shotokan, com o tempo e distância e os golpes longos, além dos contra-ataques e do deai (golpe de encontro) para um "first strike", e depois emendando com uma sequência de golpes que podem ser do boxe ou muay thay. Assim, Vitor será um lutador completo em cima, e extremamente perigoso em todas as distâncias.

Nas lutas contra Rich Franklin, Akiyama, Michael Bispin, Luke Rockhold e o próprio Dan Henderson, ele demonstrou esse tipo de estratégia: iniciava o nocaute com um golpe avassalador que podia vir como um deai ou um golpe longo de uma distância segura, e depois finalizava com uma sequência agressiva, como lhe é característico.

Manterei relatos semanais sobre os treinos e sobre a evolução de Vitor Belfort nesse camping.

OSS!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fotos IX Sulamericano JKA 2015

Todas as fotos tiradas por Sidney Oliveira








Abaixo, fotos oficiais do Sulamericano



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

IX Campeonato Sulamericano JKA 2015









Aconteceu, nos dias 12 e 13 de setembro de 2015, o IX Campeonato Sulamericano JKA.
O evento foi realizado na cidade de Barueri, SP, e foi organizado de forma impecável. Sem dúvida o melhor sulamericano já realizado, com a presença de 11 países.

No dia 12, as categorias infanto-juvenis. O Brasil arrasou! As disputas da categoria 15 e 16 anos, tanto individual quanto por equipes, levantaram as arquibancadas. O Brasil ficou com a grande maioria dos títulos.
Na categoria 13 e 14 anos, final brasileira, com Sávio e Lucas. Nas categorias de kumite por equipes, vencemos em todas as idades. Domínio absoluto!

No dia 13, os adultos.
No kata, levamos todos os títulos: individual e por equipes, masculino e feminino.

No feminino, o grande destaque, mais uma vez, foi Manuela Spessatto, que conquistou o título de kata individual pela quarta vez, com o mesmo Gojushiho-sho que deu a ela destaque no mundial. Além disso, ela foi tetracampeã de kata por equipes, com Hannah Aires e Cristiane Babinski. No kumite individual, ficamos com dois bronzes, com Juliana Vitral (campeã sulamericana de kumite individual em 2012, Peru) e Sara, que participou pela primeira vez de um sulamericano, e lutou com garra e personalidade. Na final, a chilena Suzana Li foi melhor do que a favorita, a argentina Jeanette Castañeda, e levou o título.

No kumite por equipes, semi-final de tirar o fôlego contra a forte equipe chilena. Mas as brasileiras estavam com muita vontade, e passaram por 2 x 1. Na grande final, a Argentina.
Empurradas pela torcida, as brasileiras se superaram: Marina abriu com inteligência, e Hannah lutou com extrema paciência. Entregaram para Manuela fechar com uma vitória de vantagem. Fechando a equipe das hermanas, vinha a perigosíssima Jeanette Castañeda. Mas se ela achava que Manuela estava assustada, se enganou redondaente. A gaúcha venceu por 2 x 0, e o título ficou com o Brasil.


No masculino, o grande destaque foi Rogério Higashizima, que, pela primeira vez conquistou o título do kata individual para o Brasil. Rogério foi superior aos adversários, e deixou o tricampeão Marcelo Monzon (ARG) com a prata. Desde o primeiro sulamericano, em 2002, só argentinos tinham levado o título nessa categoria.

Por equipes, o excelente time de Barueri (Andrew Marques, Rodrigo Alves e Marcel Raimo), confirmou o que vinha fazendo nos treinos: fizeram um Kanku Sho de arrepiar, e trouxeram o ouro para o Brasil.

No kumite individual, dois atletas brasileiros se classificaram para as finais, entre os oito melhores: Arlen Silva, em sua estreia em sulamericanos JKA, perdeu para Ismael (ARG). Já Rafael Moreira, que para se classificar teve que tirar o experiente Gastón Gomes (ARG), venceu o brasileiro naturalizado argentino Roberto Mendes.
Na semi-final, Rafael perdeu no detalhe para o excelente Rodrigo Rojas, que na final contra o argentino Ismael, venceu com extrema facilidade. Rodrigo Rojas (CHI) sagrou-se bicampeão de kumite individual (2013 - 2015)

Na última categoria, o ginásio veio abaixo com a disputa semi-final entre Brasil e Chile.
Os chilenos trouxeram a mesma equipe que conquistou o bronze no mundial do ano passado, no Japão. O Brasil saiu atrás, perdendo a primeira luta por 1 x 0. Na segunda luta, Jayme Sandall pegou o campeão individual, Rodrigo Rojas, e conseguiu vencer por 2 x 0. O Brasil cresceu, e depois de perder mais uma por 1 x 0 e empatar outra, fechou com a belíssima vitória por 2 x 0 de Rafael Moreira. Com duas vitórias para cada lado, valeu o maior número de wazari dos brasileiro. Estávamos na final.

Contra os argentinos, infelizmente, não conseguimos impor nosso jogo. Perdemos três lutas e empatamos duas. Vitória merecida de uma equipe muito forte da Argentina.

O evento foi espetacular, e o comportamento de todos os atletas do Brasil, exemplar. Soubemos ganhar e perder, sempre mantendo a postura que os mestres Sasaki, Machida, Alfredo Aires e Ugo Arrigoni cobram de nós.
Um dia antes das disputas dos adultos, sensei Machida nos disse: melhor perder lutando com postura correta, do que ganhar fazendo errado...

A Seleção Brasileira está de parabéns! O título de campeão geral do evento ficou com o nosso país!

OSS!

* Em breve, resultados completos.