segunda-feira, 28 de novembro de 2022
Campeonato Panamericano JKA 2022
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
XXXIII Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional 2022
quarta-feira, 25 de maio de 2022
XXII campeonato brasileiro de karate JKA
Aconteceu, nos dias 21 e 22 de maio de 2022, o vigésimo segundo campeonato brasileiro de karate JKA, na cidade de Arujá, SP.
Nos dias 18, 19 e 20, houve curso técnico com os mestres Tatsuya Naka (JKA Japão) e Yoshizo Machida (JKA Brasil).
O curso foi fantástico, e sensei Naka mostrou velocidade e flexibilidade impressionantes! As mais de 500 pessoas presentes no curso ficaram encantadas com a qualidade do curso e com o carisma do famoso sensei Naka.
Tudo que ele apresenta nos vídeos e filmes é pouco perto do que ele demonstrou ao vivo.
Os fundamentos de kihon, kata e kumite foram abordados de forma a se complementarem e se encaixarem, provando que no karate JKA essa tríade jamais pode ser separada.
CAMPEONATO
Nas categorias de base, impressionou a qualidade técnica e quantidade de atletas. As chaves de todas as categorias estavam cheias, mostrando o crescimento exponencial da JKA no Brasil. Sensei Naka observou todas as disputas e se mostrou empolgado em diversos momentos.
Destaque para a grande final do kumite masculino 17/18 anos, onde o atleta do Rio de Janeiro Aníbal Salazar fez um belíssimo ippon de ashi barai e gyako zuki, que o próprio sensei Naka marcou, da mesa de honra onde estava sentado.
Na categoria feminina, 17/18 anos, impressionou o nível das atletas. Lutas incríveis que não deixaram nada a desejar se comparadas às categorias adultas. O futuro da JKA parece estar garantido...
FEMININO
No kata individual, nenhuma surpresa: Manuela Spessatto (RS), sagrou-se campeã pela décima vez. Simplesmente isso: dez vezes campeã brasileira adulta de kata individual!
Mas escrever apenas isso seria injusto. É preciso destacar todo o esforço por trás de cada conquista, mas dessa última em especial. Não é nada fácil ser campeã quando todo mundo espera que você seja campeã. Não é fácil entrar carregando todo esse peso, como se fosse uma obrigação a vitória. Mas a atleta gaúcha consegue superar todos esses desafios, e manteve a coroa de melhor kata feminino do Brasil.
Letícia Aragão e Martinna Rey, ambas da Bahia, completaram o pódio. Cristiane Babinski (RS), ficou com o quarto lugar.
A disputa particular dessas três atletas na modalidade de kata já vem de longa data. A pressão sobre cada uma delas é imensa, porque sabem que ao menor descuido, a outra fará um kata melhor, mais perfeito. Essa rivalidade sadia faz com que as três cresçam cada vez mais.
No kata por equipes, também se manteve a hegemonia gaúcha. A equipe da JKA-RS foi campeã pela nona vez, sempre tendo Manuela como peça chave da equipe. Cristiane Babinski e Samantha Martello completaram o time de ouro.
Nessa categoria, não basta apenas ter sincronia de movimentos entre as três atletas. É fundamental também que as três estejam com as técnicas corretas e o tempo do kata não pode ser modificado para "facilitar" a execução em equipe. É , talvez, a modalidade mais difícil.
As baianas vieram com muita vontade e foco esse ano, e foi por pouco que ficaram com o vice.
No kumite individual, a campeã brasileira de 2021, Letícia Aragão, veio disposta a defender seu título. Lutava com garra e muita inteligência, e se classificou para a final depois de passar pela multicampeã Manuela Spessatto (RS), e de uma luta duríssima contra Lorena Lima (SP) na semi-final. Do outro lado da chave, Débora Trindade (SP), vencia suas lutas de forma convincente, passando pela atleta da Seleção Brasileira JKA e Tradicional, Martinna Rey (BA) nas quartas de final, e pela surpresa da categoria, Dyeine Ramos (SP), na semi. Dyeine venceu Samantha Martello (RS) e Luana (BA), que vinha de vitória sobre a campeã brasileira de kumite individual Tradicional de 2019, Sara Ladeira (SP).
Na grande final, Letícia usou de muita estratégia e de sua maior velocidade para dominar o koto e frustrar o plano de luta de Débora, conquistando o bicampeonato.
Muitas vezes, defender o título é mais difícil do que conquistá-lo pela primeira vez, porque há a pressão de se tentar repetir o desempenho do campeonato passado. Mas a baiana não demonstrou qualquer tipo de insegurança ou receio, pelo contrário: mostrou que seu único foco era a vitória em cada luta.
No kumite por equipes, a grande final foi entre São Paulo e Bahia, exatamente os estados que haviam dominado na categoria individual. E as lutas foram incríveis! No primeiro confronto, Sara Ladeira venceu: 1 x 0 São Paulo. Na segunda luta, empate eletrizante entre Martinna (BA) e Lorena (SP). A decisão ficaria para a última luta, que foi o reencontro das duas finalistas do individual. Mas dessa vez, foi Débora quem soube usar melhor a estratégia e frustrar os planos de Letícia. Ela segurou o empate e a vitória ficou com a JKA-SP.
MASCULINO
No kata individual, disputas eletrizantes nas primeiras rodadas, com o nível técnico dos atletas surpreendendo. Ninguém teve vida fácil para chegar às rodadas finais.
Rogério Higashizima (SP), segue quebrando recordes e acumulando títulos. Em 2022, sagrou-se heptacampeão brasileiro de kata individual, uma marca inigualável entre os homens. Apenas Manuela Spessatto detém mais títulos nessa categoria. Com um kata limpo, com kime e muito rápido, Rogério se firma cada vez mais como o atleta a ser batido na categoria.
Lucas Coimbra (BA), depois de um período sem competir, voltou com força total e mostrou que o treino duro e correto, o esforço e a dedicação, dão frutos. Ficou com a prata e ameaçou seriamente o título de Higashizima. Completaram o disputado pódio o bicampeão brasileiro de kata individual (2013 e 2015), Andrew Marques (SP), em terceiro lugar, e Leão Mazur (BA) em quarto.
No kata por equipes, destaque para o time da Bahia, que derrotou a equipe favorita, de São Paulo, e levou o título para Salvador pela primeira vez!
No kumite, fortes emoções.
Fábio Simões (SP), lenda viva do karate brasileiro, pegou o microfone e anunciou a aposentadoria após mais de 30 anos como atleta profissional. Foram mais de 500 lutas em 3 organizações (Tradicional, JKA e WKF), onde conquistou inúmeros títulos, sendo os mais importantes: tricampeão brasileiro individual JKA; vice-campeão mundial e campeão panamericano individual Tradicional; 14 vezes campeão dos Jogos Regionais de São Paulo, pela WKF.
Uma era que se encerra...
Fabinho fez sua última luta contra seu aluno, Matheus Cirillo, que segue em grande fase.
Nas primeiras rodadas por equipes, destaque para a luta de Jayme Sandall (RJ) contra Vinícius Moreno (MT), reeditando a final do campeonato Panamericano de karate Tradicional de 2013. Era a quinta vez que esses atletas da Seleção Brasileira estavam se enfrentando.
Na primeira entrada da luta, Vinícius deu um gyako zuki que pegou na ponta do queixo, nocauteando Jayme, que ficou desacordado por alguns instantes. Recuperado, Jayme seguiu na disputa, quando muitos achavam que ele não conseguiria mais lutar. Renovado depois do nocaute, ele aplicou um mawashi geri jodan que levou Vinícius ao kcnockdown, e venceu a luta por ippon. Depois da disputa, confuso e com fortes dores, Jayme foi obrigado a abandonar o evento e não participou do kumite individual.
A forte equipe do Mato Grosso se classificou para a grande final, depois de passar pelo Rio de Janeiro por 3 x 2.
Do outro lado, a equipe favorita, de São Paulo, venceu a Bahia em uma semi-final de tirar o fôlego. A grande final seria apenas após as disputas individuais, da mesma forma que aconteceu no feminino.
No individual, Peterson Lozinski (SP) teve que vencer um inspirado Fernando Macedo (MG), para se classificar para a semi pela terceira vez seguida. Diego Andrade (BA) vinha vencendo suas lutas de forma contundente. Matheus Cirillo confirmava a excelente fase, se classificando para as semi-finais depois de uma luta emocionante contra Victor Braga (PA). Victor, na luta contra Andrew Marques (SP), teve seu nariz quebrado (Andrew foi desclassificado). Mesmo com a séria lesão, o atleta da academia Machida (PA), mostrou espírito de samurai, e entrou para lutar. Matheus Cirillo venceu sem machucar o adversário. Foi uma luta emocionanate!
Na última vaga da semi, Vinícius Moreno (MT), campeão brasileiro Tradicional em 2021, se classificou após vencer o atual campeão, Enzo Silva (PA). Ainda na primeira luta, Enzo luxou o cotovelo, e teve que abandonar a competição.
Nas semis, Peterson venceu Vinícius, enquanto Matheus Cirillo vencia Diego Andrade. A grande final seria uma reedição da final de 2019 - último brasileiro antes da pandemia.
A luta, arbitrada pelo sensei Alfredo Aires, foi digna de uma final. Os dois tentaram de tudo, se doaram, se machucaram e se superaram. No final, após levar um knockdown e se recuperar, Matheus Cirillo ficou com o bicampeonato (2019 e 2022).
Na final por equipes, última modalidade a ser disputada, o fortíssimo time de São Paulo mostrou muita inteligência para superar os mato-grossenses e ficarem com o cobiçado título brasileiro.
Fica aqui registrado o profundo agradecimento de todos os atletas à JKA do Brasil, que a cada ano se supera, fazendo eventos cada vez melhores.
Até o panamericano!
OSS!
RESULTADOS
Feminino:
- KATA INDIVIDUAL: 1) Manuela Spessatto (RS) / 2) Letícia Aragão (BA) / 3) Martinna Rey (BA)
- KATA POR EQUIPES: 1) RS (Manuela Spessatto, Samantha Martello e Cristiane babinski) / 2) BA (Daniela Baldini, Martinna Rey e Letícia Aragão) / 3) PR (Keith Sato, Fernanda Carreiro e Vitória Dias)
- KUMITE INDIVIDUAL: 1) Letícia Aragão (BA) / 2) Débora Trindade (SP) / 3) Lorena Lima (SP) - 3) Dyeine Ramos (SP)
- KUMITE POR EQUIPES: 1) SP (Victoria Cruz, Sara Ladeira, Lorena Lima e Débora Trindade) / 2) BA (Letícia Aragão, Martinna Rey, Luana Neves e Laís Pereira) / 3) RS (Manuela Spessatto, Cristiane Babinski, Samantha Martello e Alana Lemos) - 3) PR (Fernanda Carreiro, Keith Sato e Vitória Dias)
Masculino:
- KATA INDIVIDUAL: 1) Rogério Higashizima (SP) / 2) Lucas Coimbra (BA) / 3) Andrew Marques (SP)
- KATA POR EQUIPES: 1) BA (Lucas Coimbra, Leão Mazur e Állan Araújo) / 2) SP (Rodrigo Arita, Andrew Marques e Rogério Higashizima) / 3) MT (Felipe Salvaterra, Nalberth Amarante e Marcos Amorim)
- KUMITE INDIVIDUAL: 1) Matheus Cirillo (SP) / 2) Peterson Lozinski (SP) / 3) Diego Andrade (BA) - 3) Vinícius Moreno (MT)
- KUMITE POR EQUIPES: 1) SP (Matheus Cirillo, Peterson Lozinski, Jaime Preira, Rodrigo Arita, Thiago Alves e César cabral) / 2) MT (Vinícius Moreno, Vitor Zanca, Felipe Salvaterra, Nalberth Amarante e Marcos Amorim) / 3) RJ (Jayme Sandall, Pedro Camacho, Aníbal Salazar, Lorenzo Salazar e Diogo Yoshida)) - 3) BA (Diego Andrade, Leão Mazur, Állan Araújo, Lucas Coimbra, Alexandro Mendes, Thiago Alves e Diogo Portugal)
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
E se o karate fosse um só?
Fiz um vídeo semana passada sobre a divisão mundial do karate. Fiz outro, que deve ir ao ar em algumas semana, sobre a divisão do karate no Brasil.
Confesso que me bateu uma tristeza imensa quando vi os resultados finais dos vídeos. Fiquei derrubado, imaginando o quanto essas divisões fizeram e fazem mal ao nosso karate.
Eu já disse e escrevi diversas vezes que as competições são fundamentais para a divulgação de qualquer arte marcial / luta. Seria inimaginável existir o boxe sem a lutas profissionais, sem a rivalidade Tyson x Holyfield, ou Mayweather x Pacquiao.
O mma jamais teria se desenvolvido sem a rivalidade entre jiu jitsu e luta livre no começo dos anos noventa.
O tênis, sem os grandes embates entre Roger Federer e Rafael Nadal, ou entre Serena Williams e Maria Sharapova, seria infinitamente menor do que é hoje.
d mesma forma, o karate. Sem as competições, fatalmente seria uma luta muito pequena, restrita a grupos cada vez menores de praticantes, que jamais se enfrentariam entre si, e que não teriam oportunidade de testar seus conhecimentos.
Enfim, a competição é fundamental.
Mas elas foram o estopim para a divisões da nossa arte marcial.
Imagino o que seria, se em 1972, a equipe japonesa não decidisse abandonar o II Campeonato Mundial. O que seria do karate, se seguissem todos juntos, resolvendo suas discordâncias e diferenças sem se separarem.
Juntos, criariam competições onde haveria divisões de peso, com regras de multiponto, e também manteriam a categoria absoluto, sem divisão de peso e com a clássica regra de shobu ippon (dois wazari ou um ippon para vencer a luta). Imaginem quatos atleta haveria em um campeonato brasileiro, se tudo fosse uma coisa só? 500, 600, 700 atletas na chave de kumite individual... Teria que haver seletivas até que sobrassem os 32 melhores, que iriam então para a grande final. Final essa que teria uma cobertura da mídia muito maior do que temos hoje. O interesse do público seria muito maior.
Talvez, juntos, já teríamos nos tornado olímpicos lá na década de setenta, e o karate receberia a atenção e os recursos financeiros que faria com que crescesse ainda mais.
Os atletas de elite seriam todos profissionais, recebendo bastante dinheiro de patrocínios e de premiações.
Infelizmente isso tudo ficou só na minha imaginação...
A dura realidade é que tudo se dividiu, esfarelou, enfraqueceu até que os atletas não se enfrentassem mai. Até que a rivalidades que poderiam criar ídolos, simplesmente não aconteceram.
Ogata x Piamonti
Altamiro Cruz x Vladimir Zanca
Caio D´elia x Paulo Afonso
Douglas Brose x Diego Andrade
Ciça x Elaine Golubics
Rafael Aghayev x Gastón Gomez
Taniyama x George Kotaka
Valeria Kumizaki x Suellen Souza
Esses confrontos, que seriam verdadeira aulas de estratégia e pancada, ficaram apena na imaginação.
Uma tristeza...
OSS
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
Por que o karate se dividiu?
segunda-feira, 17 de janeiro de 2022
Ansiedade nas competições de karate
A ansiedade é um mal dos dias atuais.
Sempre existiu, claro, mas tem aumentado muito com a correria dos dias atuais.
Os celulares, peças fundamentais na vida de qualquer um, contribuem para o aumento da ansiedade.
Eu, particularmente, sempre muito ansioso, sofri para controlar esse sentimento que tanto me atrapalhou.
Quando comecei a competir, minha ansiedade batia no teto! Eu me sentia pressionado, e mal dormia a noite anterior a uma competição.
No vídeo dessa semana eu falo como usei o karate, inclusive as competições de karate, para me ajudar a domar minha ansiedade.
https://youtu.be/Uqcg9_GAtcQ