quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MACHIDA vs SHOGUM

Brasileiro mantém o título em luta duríssima


Na madrugada de sábado para domingo Lyoto Machida fez sua primeira defesa do cinturão da categoria dos meio-pesados (até 93 kg) que conquistou contra o americano Rashad Evans.

O resultado da luta foi polêmico, e está gerando muita discussão entre os fãs de MMA. De um lado, os defensores do carateca de Belém; do outro, fãs do curitibano do muay thay. Quem terá razão?

Sei que minha opinião pode parecer parcial, até porque, além desse blog ser de karatê, sou amigo pessoal da família Machida. Mas tentei ver a luta com olhos neutros, e deixo aqui minha impressão sincera sobre o combate.

Lyoto não estava bem. Parecia um pouco desconcentrado antes da luta começar, apesar de já estar dentro do octagon. Parecia estar procurando algo, enquanto Shogum olhava para ele fixamente. Durante o combate, me pareceu não ter traçado uma estratégia específica para anular o jogo de fortes caneladas do curitibano. Do outro lado, entretanto, Shogum fez o dever de casa, e estava preparadíssimo para o combate. Segundo rumores, ele treinou com o campeão mundial de karatê Tradicional, o também curitibano Ricardo Buzzi, que deve ter passado dicas muito importantes para tentar anular o jogo do carateca. Shogum foi inteligente ao procurar um atleta do karatê Traicional, e os treinos me parecem ter sido muito bem feitos.

A luta, de uma forma geral, foi morna.

No primeiro e no quarto assaltos, na minha opinião, os dois empataram. Algumas joelhadas baixas de Lyoto, alguns chutes na perna de Shogum, e nada além.

No segundo e terceiro assaltos, vitória de Lyoto, por pouco. No terceiro, inclusive, o carateca encaixou uma seqüência de socos que balançou Shogum, mas não o suficiente para levá-lo à lona.

O quinto round foi de Shogum, apesar de Lyoto ter encaixado mais uma boa joelhada. O curitibano estava com mais gás, e foi bem mais agressivo, conseguindo inclusive encaixar bons chutes baixos, uma cotovelada e um soco que tirou sangue de Lyoto – pela primeira vez no UFC.

Bem, contando friamente, Lyoto venceu, por uma margem muito pequena. O justo mesmo seria um empate, porque na verdade nenhum dos dois fez nada de mais para merecer a vitória. Mas como em luta de título não pode haver empate, e como a vantagem é sempre do campeão, Lyoto venceu.

Por que então o público vaiou tanto, e tem tanta gente dizendo com convicção que Shogum saiu vencedor do confronto?

Bem, em primeiro lugar porque venceu o último round, e isso sempre deixa uma impressão de que foi melhor a luta inteira – o que não foi verdade. Segundo porque Lyoto sangrou, e esse fato inédito incendiou a galera. E terceiro porque sempre se espera muito de Machida. Ele não é invencível, muito menos invulnerável. Ele nunca disse isso, jamais se intitulou intocável. Esse foi um rótulo que colocaram nele. Então, passam a achar que se ele for tocado, sangrar, pronto! Tem que perder a luta.

Calma, gente, não é assim que a banda toca.

Shogum é um dos maiores lutadores de MMA que o Brasil já produziu em sua história. Ele foi o rei do Pride, vencendo lutas de forma impressionante. É jovem, bem preparado física, técnica e psicologicamente, além de ser muito experiente (mais até do que Lyoto). Então acho que é meio absurdo achar que Machida iria dar show, não ser tocado, nocautear com facilidade um atleta desse quilate. Lyoto fez uma luta parelha contra um dos mais talentosos strikers do planeta. Será que ele merecia sair vaiado? Será que ele correu, se acovardou, fez fita ou qualquer coisa de errado durante a luta? Será que foi ele quem mandou os juízes darem a vitória para ele? Ser vaiado foi uma injustiça.

Shogum merece uma revanche, imediatamente. Creio que seria justo que Dana marcasse a luta seguinte entre os dois. O público merece, Lyoto merece, Shogum merece. Vamos torcer para que esse confronto aconteça o mais breve possível, e que o melhor vença – sem margens para discussões.

OSS!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

V CAMPEONATO SULAMERICANO JKA 2009

O Brasil, sempre no pódio
A medalha

A equipe de kumite: Vinícius Moreno, Clésio Maciel, Rafael Moreira, Jayme Sandall, Fábio Simões, Wagner Pereira e César Cabral.



Orguho de ser brasileiro!
Nesses tempos de políticos corruptos e péssimos exemplos em todas as camadas da sociedade, às vezes dá até uma certa vergonha do nosso povo. Mas é só a seleção brasileira jka se reunir, pisar nos kotos para competir, que um sentimento de orgulho aflora. Orgulho de ser brasileiro.
Desde os pequeninos, com destaque para João Gabriel, do Pará, campeoníssimo do kumite individual, e que “mordeu” os adversários, atropelando todo mundo, passando pelas meninas da equipe 15-16 anos, pelos garotos do 15-16 que deram espetáculo – destaque para Thiago (RJ), que cravou 2 x 0 no chileno, na final – e pelos adultos, foi a melhor apresentação brasileira que já vi em sulamericanos.
Resultado não é tudo, principalmente em se tratando da arbitragem que vimos lá na Argentina, mas disso prefiro nem falar.
A postura dos brasileiros foi irrepreensível.
Entre as mulheres, dois terceiros lugares no kumite individual, com Manuela Spessato (RS) e Bruna Andrade (SP), e na equipe, simplesmente o tricampeonato sulamericano (2002/08/09). Completaram a equipe Marina Brito (atual campeã, mas que sofreu uma ruptura num ligamento do joelho, e por isso não pôde lutar 100 %), e Sônia Coutinho (campeã individual em 2005)
No kata individual feminino, mais uma vez deu Manuela Spessato. A gaúcha estava inspirada, e deu show com Gojushiho Sho.
No kata por equipes masculino, a fortíssima equipe brasileira, composta pelo mestre Rousimar Neves (MG) e seus alunos Bernardo e Fernando, infelizmente não conseguiu render tudo o que poderia, e ficou com a prata. É muito, mas é pouco para o nível dessa equipe, que poderia ter sido campeã com folgas. Mérito dos argentinos, que mereceram a vitória.
No kata individual, deu a lógica, e venceu pela terceira vez o argentino Cristian Salvemini, deixando Júlio Teixeira (SP) com a prata. José Renato (BA / RJ), debutante em competições pela Seleção Brasileira, ficou em quinto lugar, e fez um So Chin fortíssimo na final, honrando seu mestre, Enobaldo Athaíde, o “rei” do So Chin. Parabéns!
Bem, falar de kata sem falar do que houve nas eliminatórias seria injustiça com Andrew Marques (SP). Sem nenhuma parcialidade, ele fez um kata na eliminatória contra Salvemini que foi de arrepiar. No primeiro kata, os dois niveladíssimos: empate. Antes do desempate, uma cena, no mínimo, chata. Sensei Enoue entrou no dojo e mandou reunir os árbitros. Não acho que ele tenha dito nada para prejudicar o brasileiro, mas a simples presença do nome forte do karate jka sulamericano (e argentino) foi suficiente para desequilibrar a balança. Resultado, no novo kata (que Andrew fez melhor do que Cristian), vitória por 3x1 para o argentino. Uma pena.
Mas na final, Cristian realmente foi o melhor, com seu Gojushiho Sho. Muito bom mesmo. O cara realmente manda bem. Fazer o quê?
No kumite inividual, quanta honra! Honra de fazer parte desse grupo. Ninguém, mas ninguém mesmo, destoou nem um centímetro. TODOS os brasileiros lutaram lindamente, e perderam no detalhe. Cabral, com sangue nos olhos, devolveu a derrota sofrida no ano passado para Marcelo Monzon (Argentina), e sinalizou ao final da luta, indicando que estava um a um. Depois perdeu dando um kyzami-bomba em outro argentino, mas o gyako do sujeito parece ter entrado primeiro. A cabeça do gringo balançou bonito para trás...
Clésio fez uma excelente primeira luta, despachando um uruguaio experiente. Depois, pegou o temido Jorge Rivas (Argentina), campeão individual em 2007, com sobras. Pois é... não é que o atleta do sensei Paulo Bartolo (Santos) fez um wazari limpinho, e quase leva a luta. Nos segundos finais o gigante argentino empatou com um kyzami, e na luta de desempate, acabou levando a melhor. Linda luta!
Wagner Pereira (SP) pegou uma argentino muito chato de se lutar, e que tinha ganho de Chinzô Machida (PA) em 2005, no Brasil. Perdeu, e parecia ter entrado um tanto desatento. Falamos mais do Wagninho mais tarde...
Vinícius Moreno (MT) honrou o Estado de Zanca e estreou na Seleção da jka vencendo um paraguaio bem rápido. Na luta seguinte, pegou o temidíssimo Salvemini, considerado invencível na América do Sul. Creio que ele não perdia uma luta no continente (entre campeonatos argentinos e sulamericanos) desde 2005. Bem, sem tomar conhecimento de todo esse currículo, Vinícius tratou de cravar um gyako tchudan que explodiu na barriga do gringo: 1x0. Salvemini empatou,e depois virou num golpe que a meu ver pegou ao mesmo tempo que o de Vinícius (kyzamis simultâneos). Mesmo assim, foi o matogrossense que abriu o caminho, e mostrou que Salvemini não era tão invulnerável assim...
Eu tomei um wazari logo de cara contra o experiente Jaime Daza (Chile). Sem me afobar, consegui virar a luta. Ufa... depois venci um argentino e lutei contra o Gastón Gomes (Argentina) para decidir quem ficaria entre os oito melhores da América do Sul. Foi uma luta parelha, e ele fez um wazari de deai no meio de um mawashi tchudan. 1x0 e fim de papo.
Rafael (RS) pegou uma pedreira logo de cara, o chileno Julio Silva, um dos melhores da equipe, que vencera Gastón na disputa final por equipes de 2008. Bem ao estilo Rafael Moreira, ele deu um ashi barai que jogou o chileno gente fina de cabeça no chão: ipon. Depois atropelou Javier Acosta e Emmanuel Volpi, dois argentinos, e só foi parado por Fábio Simões, que, lutando do jeito “Fabinho” de sempre, vencia as suas lutas do lado de lá da chave. Os dois ficaram entre os oito melhores (Rafael pela quarta vez), e o paulista levou a melhor, indo para a semi-final, vencendo por 1x0 o duelo brasileiro. Em seu caminho, Fabinho virou uma luta no finalzinho contra um uruguaio na primeira rodada, e venceu bem contra um argentino muito técnico na segunda. Depois de passar por Rafael, fez uma semi parelha contra Jorge Rivas, perdendo por 1x0. Por pouco...
Na final, um Jorge Rivas meio fora de forma, que nem de longe lembrava o excelente lutador de 2007, venceu mais na catimba do que na técnica o muito superior Gastón Gomes, e sagrou-se bi.
E o todo-poderoso Cristian?
Bem, para surpresa geral, ele perdeu para um chileno muito rápido e esperto, nas quartas-de-final, levando um gyako tchudan de contra-ataque. O chileno perdeu para Gastón na semi.
No final, a disputa por equipes. Brasil x Paraguai, e 5x0 sem maiores dificuldades para os brasileiros. A equipe na ordem em que lutou: Jayme Sandall, Vinícius Moreno, Fábio Simões, César Fagundes Cabral e Rafael Moreira.
A semi, na verdade, foi uma final antecipada. Brasil x Argentina. Todo mundo parou para ver a disputa entre os maiores rivais no koto central.
A ordem da equipe foi alterada, numa jogada inteligente dos técnicos Ugo Arrigoni e Enobaldo Athaíde. Wagner Pereira abriu a série contra Cristian.
Bem, se Wagninho entrou meio desligado no individual, na equipe ele seguiu o conselho do sensei Sasaki, e ficou mais do que ligado. O argentino mexeu, e levou um kyzami que deve até agora estar se perguntando de onde veio. Wazari lindo. Wagner, quando inspirado, é o lutador de tempo mais afiado que já vi lutar em minha vida. Sem exageros. No lance seguinte, Cristian entrou, e levou um deai de gyako, no peito, que fez com que caísse sentado no chão. Mas para surpresa e decepção geral... a arbitragem viu ponto do argentino. Que pena. Wagner merecia essa vitória. No finalzinho da luta, o excelente karateca argentino virou com mãe geri/kyzami que realmente entrou: 1x0 Argentina.
Rafael entrou contra Gastón, muito inspirado esse ano. Perdeu de 1x 0, no detalhe.
Fabinho pisou no koto com a seguinte responsabilidade: se perdesse, a disputa estaria encerrada, pois a Argentina faria 3x0. Mas o aluno de Kazuo Nagamine (preparador físico e mental de Lyoto Machida) usou toda a sua catimba e experiência para vencer Marcelo Monzon por 1x0.
Entrei sabendo que se perdesse estaria tudo terminado. Confesso que prefiro abrir a disputa, ser o primeiro a lutar, mas me senti confortável sendo o quarto. Peguei Matias Sanchez, que ficou entre os oito melhores no individual. Magro, rápido e técnico, ele entrou para empatar, pois recuava e girava o tempo todo. Felizmente consegui achar a distância para meter um kyzami: wazari. Engatilhei meu deai, e ele percebeu, porque não entrou. Venci, e o Brasil fez 2x2.
Vinícius (MT) entrou para decidir contra o campeão individual, Jorge Rivas. Para tristeza da torcida brasileira, Jorge fez um wazari e montou na bicicleta: fugiu o resto do tempo de um Vinícius valente, que honrou a bandeira brasileira. Perdemos por 3x2.
No final, orgulho de ter feito parte dessa equipe.
Agradecimentos especiais aos árbitros brasileiros, imparciais e justos, e aos dirigentes e técnicos, que trabalharam demais, e estiveram presentes em todas as disputas, sem exceção.
Até o ano que vem, no Pará!
OSS!

* fotos oficiais do evento no site http://www.wsfotografias.com.br/

** um clipe no youtube, editado por Murilo Brito, mostrando lances do sulamericano. Vale conferir: http://www.youtube.com/watch?v=FN7sZv1qOi8&feature=email

sábado, 17 de outubro de 2009

EXAME DE FAIXA DAS CRIANÇAS DO PROJETO SOCIAL

Sensei Tanaka comandando o exame

O dojô da Kobukan lotado
Crianças do polo Barra da Tijuca

Sensei Tanaka mostrando uma flexibilidade de dar inveja

Hoje pela manhã aconteceu, na Kobukan, o exame de faixa das crianças do projeto social desenvolvido pela Federação do Estado do Rio de Janeiro de Karate-do Tradicional (FERJKT).
Estavam presentes, além do sensei Yasutaka Tanaka, os professores Ugo Arrigoni, Eduardo Santos, Vinicio Antony, Rivelino, Lau e Jayme Sandall.
Havia 40 crianças dos três polos (Kobukan, Tijuca e Arrigoni dojô), prestando exame para as faixas amarela e vermelha.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL VAI AO DEGASE


Hoje o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, fez uma visita ilustre ao DEGASE (Departamento Geral de Ações Sócioeducativas), na Ilha do Governador. Entre outras atividades que estavam rolando no evento, o Governador passou no local dos treinos de karate, e ficou satisfeito ao ver os agentes praticando a arte marcial. Os professores Ugo Arrigoni, Vinicio Antony, Eduardo Santos, Valério Massimo e Jayme Sandall puxavam o treino diante de Cabral, que prestigiou os agentes.

Além das autoridades presentes, muita gente ficou observando o treino, e todos pareciam impressionados com a evolução dos agentes, que demonstravam diferentes técnicas aprendidas ao longo dos meses de curso.

OSS

terça-feira, 13 de outubro de 2009

KATA: O QUE É E PARA QUE SERVE?

Kazuaki Kurihara (JPN), o atual campeão mundial de kata individual da JKA (Sydney 2006). Na foto, ele faz o kata So Chin ("paz inabalável" ou "espírito inabalável")
Katas são conjuntos de formas do karate Shotokan unidas em sequências pré-definidas. Os katas têm nomes que indicam suas finalidades. Têm começo, meio e fim, com locais definidos de kiais (gritos), geralmente dois – com exceção do Ki Tei (kata exclusivo do karate Tradicional, utilizado na modalidade fuko-gô, onde os atletas fazem hora o Ki Tei kata, hora lutam, avançando até a final, que é sempre luta) que possui três, e do Wan Kan, que tem apenas um kiai, no movimento final.
Para um leigo, ou um lutador de outra arte, fica a pergunta: para que serve perder tempo treinando kata?
Os katas são excelentes instrumentos de treino para se aprimorar, lapidar, purificar a técnica do Shotokan; são fantásticos para o treino físico, pois é muito difícil explodir do nada, partindo de uma base baixa, certinha, para o movimento seguinte; são fundamentais para o treino de kime (contração), potencializando a força dos golpes; servem como treino do espírito, pois o praticante “luta” contra vários adversários imaginários.
Contudo, não posso deixar de dar minha opinião sincera: por mais importantes que os katas sejam, por esses fatores que escrevi acima, e muitos outros dos quais não tenho ainda capacidade técnica para comentar, o mais importante para um praticante de Shotokan é o kumite (luta).
No meu entendimento de apaixonado e atleta, a prática do kumite, seja na forma de shiai (luta por pontos), ou jyu (luta livre) deve ser prioridade nos treinamentos do dia a dia. Isso não quer dizer em hipótese nenhuma deixar de lado o treinamento de kata, mas sim dar mais espaço para o kumite.
Outro ponto: acredito que deveria se treinar mais a aplicação dos katas. Por um lado, isso estimularia as pessoas a quererem fazer ainda melhor os seus katas, visualizando as situações reais, e não apenas repetindo a sequência que decoraram. Por outro lado, é dentro dos katas que está a parte de defesa pessoal, de golpes traumáticos e contundentes, voltados para a vida real, e não para competições. Ora, em competições temos como golpes principais: kyzami (jeb), gyako (direto), oi tsuki (soco andando), ura ken (soco com as costas da mão), mae geri (chute reto), mawashi geri (chute em meia-lua), ura mawashi (meia-lua invertida), ashi barai (banda) e ushiro geri (chute rodado, de costas). Já nos katas, além desses golpes, temos cotovelada, joelhada (ex: Heyan Yondan), chutes traumáticos contra as pernas (ex: Basai Dai), dedo nos olhos (ex: Chin Te), torções (ex: Kanku Sho), quedas (ex: Meykyo) e técnicas para se livrar quando agarrado (ex: Heyan Shodan), além de defesas contra bastões ou pedaços de pau (ex: Ji Te), além de muitas outras variações nas aplicações.
Quando se vê isso em competições? E mesmo nos treinos dentro das academias? Quando se vê treinos de chaves, torções, joelhadas, cotoveladas, etc...
Até tem, mas é raro.
O objetivo do Shotokan é a luta, o combate, o confronto. Seja no jyu kumite (dentro da academia), no shiai kumite (competições), ou defesa pessoal.
Por isso no Tradicional e na JKA, é muito comum vermos atletas bons em kata e kumite (Chinzô Machida, Wagner Pereira, Alecsandro Jobson e até o próprio Lyoto, que antes de ir lutar mma, foi campeão brasileiro de kata, tanto no Tradicionl quanto na JKA).
Na minha opinião, essa é a essência do lutador de Shotokan.
OSS.

sábado, 10 de outubro de 2009

MAIS KARATE NA REVISTA TATAME


Depois da edição especial com a família Machida, temos mais karate Shotokan na revista Tatame, que acaba de chegar às bancas com uma matéria com Vitor Belfort. Nela, Vitor fala sobre o karate que aprendeu e já utilizou na luta contra Rich Franklin, enaltecendo a nossa arte marcial. Vale a pena comprar a revista, pois é um instrumento de divulgação do Shotokan jka.

No final da matéria, inclusive, são citados alguns dos maiores lutadores da jka (Chinzô Machida, Wagner Pereira, Rafael Moreira e Fábio Simões). Dá-lhe seleção brasileira!

Segue abaixo também o link da última entrevista que Belfort deu para o site tatame, falando sobre como usou o karate, etc.

O nosso Shotokan ficou muito tempo esquecido pela mídia. Atletas do quilate de Chinzô Machida(PA), Ronaldier Nascimento(BA) ou Alecsandro Jobson(RN), por mais que conquistassem títulos nacionais e internacionais, sempre foram completos desconhecidos de quem não pratica karate Shotokan Tradicional ou JKA. Desconhecidos. Nada na tv, nada em revistas e jornais de âmbito nacional. Temos que aproveitar o momento para mostrar a todos a qualidade da luta que praticamos. De nada adiantaria tanta mídia se o "produto" não fosse de qualidade. Temos que aproveitar essa onda que o Shotokan está surfando. Temos que divulgar.

As atitudes que tomarmos agora podem fazer com que a moda do Shotokan no mundo da luta profissional não seja passageira. A forma como os treinadores agirem, os atletas e professores divulgarem, pode decidir se passará de moda para fato.

Aos praticantes de Shotokan cabe a tarefa de agitar, participando de blogs, chats e sites, assistindo às lutas de Lyoto e de Vitor, comprando revistas que falem do Shotokan. É assim que vamos aquecer a nossa arte marcial; é assim que vamos mostrar a força do Shotokan não só dentro dos kotos, ringues e octagons, mas também fora. Mostrar que os praticantes são muitos, e que a mídia deve cobrir também os eventos específicos, os campeonatos da jka.

Se a gente ficar sentado esperando que as coisas mudem, nada vai acontecer.

OSS.



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

UMA HISTÓRIA INTERESSANTE

Matthew Polly, o American Shaolin

No dia 22 de agosto de 2009, eu e Vitor fomos a um evento de MMA amador, no luxuoso hotel Orleans, em Vegas. Ryan Couture, filho de Randy, fecharia o evento fazendo a última luta da noite. Nos colocaram bem perto, encostados no ringue, e dali víamos as lutas se desenrolarem no ringue. Lá pelas tantas, mais dois lutadores foram apresentados. O público ficou confuso ao ver um homem sem a menor pinta de lutador, bem fora de forma, cara de professor de universidade, caminhando em direção ao ringue. Muita gente riu.
Por trás do improvável lutador vinha a equipe do Extreme Couture. Eu e Vitor não entendemos nada. O adversário também não estava em sua melhor forma, e a luta foi interessante, com o público passando dos risos aos aplausos conforme os dois trocavam golpes de forma séria. Ao final, o homem da Extreme Couture venceu por desistência do oponente, que estava com a mandíbula fraturada.
No dia seguinte, ficamos sabendo da história. O homem, fora de forma e com cara de professor, era Matthew Polly, um escritor famoso nos Estados Unidos, autor do best seller American Shaolin. O jornalista passara um longo tempo com monges chineses no intuito de escrever o livro. Seu novo projeto é um livro sobre o mma, e, segundo ele: “como eu poderia escrever sobre algo que não conheço? E para conhecer, tenho que fazer.”
Desnecessário dizer que viramos fãs do sujeito. Esse livro vai valer a pena comprar.
A luta está nesse link do youtube: http://www.youtube.com/watch?v=1F4fmu1ssFc
OSS!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

LUTANDO CONTRA O TEMPO

Rousimar Neves (acima), o campeoníssimo de kata da jka, aos 47 anos.
Randy Couture, a maior lenda do mma, ainda em atividade e dando muito trabalho aos 46 anos.

Anos atrás, era comum considerar um atleta de trinta anos como veterano, bem próximo da aposentadoria. Com o passar do tempo, entretanto, fica cada vez mais claro que as barreiras de idade vêm caindo. Hoje, atletas na casa dos trinta anos estão em plena forma, no auge de suas capacidades físicas. Ogata, quando foi bicampeão mundial na Austrália, em 2006, tinha 38 anos, por exemplo. E estava no auge. Taniyama estava com 41 na mesma competição, e lutou como titular na equipe japonesa.
Mas há pessoas que parecem desafiar ainda mais o tempo. O que dizer dos atletas na casa dos quarenta? Não quarenta e poucos, como Taniyama em 2006, mas quarenta e muitos, mais para cinquenta do que para quarenta.
Para mim há dois exemplos que definem bem como a idade está muito mais na cabeça do que no corpo, pois demonstram vigor físico de dar inveja em muito garoto de vinte e poucos.
Na luta profissional, temos a lenda Randy Couture, que aos 46 anos de idade fez uma luta épica contra o casca-grossa Rodrigo Minotauro. Para quem não teve a chance de ver essa batalha de gigantes, recomendo que procurem alguém que tenha gravado, ou um site que tenha o link. Mas vejam a luta. Foi, sem dúvida, uma das melhores lutas de mma de todos os tempos, terminando com a mais que merecida vitória do brasileiro, na decisão unânime dos juízes. E os dois receberam o prêmio de melhor luta da noite, uma bonificação de setenta mil dólares. Ao final, Randy disse que ainda não pretende se aposentar, pois se sente melhor do que nunca. “Nunca me senti tão bem” disse. Depois de ver a luta, alguém duvida?
No karate jka, temos outra lenda, o mineiro Rousimar Neves. Nosso atual campeão brasileiro de kata individual e por equipes da jka está com 47 anos! E, quem é carateca sabe, fazer kata é muito mais difícil do que lutar. E treinar kata, então, é muito mais cansativo. Mesmo assim, Rousimar segue treinando e competindo. E eu, que o acompanho há alguns anos, posso dizer sem exagero: o kata dele nunca esteve tão bom. Não só a técnica - que é algo que evolui com o tempo – mas a velocidade, a explosão muscular. Como pode? Bem, isso não sou capaz de explicar...
Parabéns aos guerreiros que não se deixam abater pelo tempo! OSS!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

DATA DUPLAMENTE ESPECIAL PARA A JKA




O dia 24 de outubro será, definitivamente, um dia muito especial para os praticantes e simpatizantes do karate Shotokan JKA. É nesse dia que vai acontecer o V campeonato sulamericano, na cidade de Buenos Aires. Enquanto a seleção brasileira estará lutando para conquistar seu terceiro título de kumite por equipes - além de todas as outras disputas na capital Argentina -, nos Estados Unidos o atleta Lyoto Machida estará fazendo a sua primeira defesa de cinturão, contra o duríssimo Maurício Shogum.
É dia de torcer pelo Brasil, acima de tudo! Seja nos tatames argentinos, contra a forte delegação da casa, além de Peru, Chile, Paraguai, Venezuela e Uruguai, ou no octagon americano, contra o curitibano Shogum.
Dá-lhe Brasil! OSS!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SENSEI TANAKA GRADUA VITOR BELFORT

Dando continuidade aos treinos do sensei Yasutaka Tanaka em sua academia, a Kobukan, que têm acontecido aos sábados, amanhã teremos a presença de Vitor Belfort. O lutador de MMA vai fazer o treino de karate Shotokan ministrado pelo sensei Tanaka, e receberá das mãos do mestre uma faixa que simbolize a sua evolução no karate Shotokan. Não será uma faixa preta, antes que alguém se assuste.
É um reconhecimento pelo empenho com que esse lutador, famoso mundialmente, se dedicou a aprender o Shotokan. Obviamente o foco dele foi em cima de movimentos de kumite que pudessem ser aplicados nas lutas de MMA, assim como faz Lyoto Machida. Para quem viu o UFC 103 ficou bem claro que ele conseguiu assimilar o Shotokan em seu jogo diversificado.
Aos karatecas, não deixem de aparecer. O treino será gratuito, e além de sensei Tanaka e Vitor Belfort, estarão presentes os mestres Ugo Arrigoni, Flávio Costa, Vinicio Antony e Eduardo Santos (presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Karate-do Tradicional - FERJKT). O evento será aberto a todas as faixa, e terá início às 10 horas da manhã, em ponto.
Informações sober o local do evento no site: www.kobukan.com.br
Até sábado... OSS!