domingo, 21 de fevereiro de 2010

KATA POR EQUIPES

Jayme, Paulinho e Pestana fazendo Wan Kan na final do Mundial

Dentre as modalidades de competição dentro do Shotokan, acho que a mais difícil de todas é o kata por equipes.
Participei de várias equipes em diversas competições. Mas a que durou mais tempo foi a que formei junto com os irmãos Pestana (Roberto e Paulo). Juntos, competimos estaduais, brasileiros, um sulamericano (Brasil 2005) e um mundial (Japão 2004). Fomos campeões estaduais e brasileiros, vice sulamericanos e “Best Eight” no mundial do Japão.
A dificuldade começa pelos treinos: além das repetições exaustivas para aprimorar a técnica do kata – coisa que também se faz no individual – há o problema da sincronia. Por mais que os três atletas estejam tecnicamente muito bem, se não estiverem perfeitamente sincronizados, não vão conseguir bons resultados nas competições. Os treinos são cansativos tanto física quanto psicologicamente, porque geralmente cada um tem seu estilo, seu tempo de execução do kata, e isso tem que ser abandonado em prol da sincronia. Se cada um quiser manter seu ritmo individual, e quiser que os outros acompanhem, a coisa fica difícil. O ritmo do kata por equipes geralmente é diferente do individual. É um ritmo novo que os três terão que se adaptar.
Na hora da competição, é complicado também. No individual, você pode começar e terminar a hora que quiser. Pode entrar no kotô, cumprimentar, se concentrar por alguns segundos. No meio do kata, pode fazer determinado movimento mais lento, ou se houver qualquer equilíbrio, pode segurar a velocidade naquele determinado trecho do kata. Mas por equipes nada disso se aplica.
Há o atleta que comanda. E quando ele decide que é hora de começar o kata, os outros dois têm que seguir. Não há tempo para pensar, respirar fundo, esperar. É agora, sem desculpa. E se houver qualquer desequilíbrio por parte de um dos atletas, isso vai afetar toda a equipe. Imagine a pressão.
Por essas e outras devemos admirar esses atletas. Além do que é bonito de se ver uma boa equipe, bem treinada, fazendo um kata em perfeita sincronia.
OSS.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

VITOR BELFORT X ANDERSON SILVA ADIADO MAIS UMA VEZ


Desde a luta contra Rich Franklin, no UFC 103, Vitor tem reclamado de dores no ombro esquerdo.

Após a vitória contra o americano, Vitor voltou a treinar karate, mas sempre com aquela dor chata incomodando.

Na virada do ano, a dor aumentou, e ele começou a não conseguir mais utilizar o braço. Começou então a treinar focando a parte de movimentação, quadril, pernas...

Em meados de janeiro, sem perceber melhora na dor, apesar de estar se poupando, e apesar da fisioterapia diária que vinha fazendo, Belfort fez um exame de ressonância magnética que revelou uma lesão mais séria no ombro. Resultado: teve que se submeter a uma cirurgia.

Quem é atleta sabe o quanto dói treinar duro durante um longo tempo, visando uma competição, e de repente se ver obrigado a parar por causa de uma lesão. Dá uma sensação de perda, de tempo jogado fora. Dá a impressão de que todos os últimos meses de treinamento escoaram ralo abaixo.

Mas fazer o quê? Melhor parar para se recuperar, ficar no "estaleiro" durante um tempo e voltar inteiro, do que forçar a barra e se arrebentar de vez, arranjar uma lesão permanente e às vezes sem cura.

O grande campeão Anderson Silva também tinha sido obrigado a postergar a luta (que inicialmente estava marcada para janeiro) quando teve que operar o cotovelo, por conta de lesões repetidas.

Agora é esperar para ver quando esse duelo vai se realizar, e torcer para que os dois e recuperem 100 % de suas lesões.

OSS.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

NOTA DE FALECIMENTO: SENSEI ROBERTO PESTANA

É com imenso pesar que comunico o falecimento do grande mestre de karate Shotokan Roberto Pestana (pai).
Pestana foi aluno do sensei Uriu (JKA). Apesar de só ter colocado um kimono de karate pela primeira vez aos trinta e três anos de idade, o casca-grossa chegou às seleções carioca e brasileira, e competiu até os 43 anos. Foi um dos maiores atletas que o Rio de Janeiro já teve.
Pestana teve dois filhos que seguiram seus passos:
Roberto Pestana Jr, o Beto, 42 anos, expoente do karate Tradicional/JKA no Brasil, sendo por 8 anos integrante da seleção carioca, e por 4 da brasileira. Pegou sua faixa-preta aos 12 anos de idade - fato até então inédito - e ao longo dos anos consagrou-se como atleta. Foi diversas vezes campeão carioca, três vezes campeão brasileiro, e campeão sulamericano. Foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar uma medalha em kumite individual no sulamericano da JKA (bronze - Santiago 2002)
Paulo Roberto Pestana, o Paulinho, 27 anos, é também faixa-preta e atleta. Chegou às seleções carioca e brasileira, e sagrou-se campeão brasileiro e vice sulamericano (Brasil 2005).
Sensei Pestana deixa como legado seus filhos, sua história, seu clube de karate - PKC (Pestana Karate Clube). Antes do falecimento, sensei Pestana ministrava aulas no clube do condomínio Riviera dei Fiori, na Barra da Tijuca.
Fica aqui o adeus a um dos maiores nomes do karate, e os sentimentos de toda a comunidade do Shotokan para os amigos e a família.
OSS.

www.pestanakarateclube.com.br