segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Chinzô Machida vence no MMA


Nessa sexta feira, 26 de agosto de 2016, o maior campeão da história do karate Tradicional - JKA do Brasil, Chinzô Machida, venceu em sua volta aos ringues depois de mais de dois anos sem lutar (sua última luta de mma foi a vitória sobre Dmitry Garasimov, em junho de 2014).

Dessa vez, lutando pelo Bellator 160, na Califórnia, EUA, o irmão mais velho de Lyoto venceu Mario Navarro, com um impressionante ura zuki (soco em gancho), com direito a kiai (grito característico dos golpes de karate Shotokan).

Chinzô mostrou que está totalmente recuperados das lesões que o perseguiram nesses últimos anos.

12 vezes campeão brasileiro de kumite individual (5 pelo Tradicional e 7 pela JKA), além de ter sido vice-campeão mundial JKA de kumite individual (Austrália, 2006), Chinzô é considerado o maior lutador brasileiro de karate Shotokan de todos os tempos. Integrante da Seleção Brasileira JKA de 1998 a 2012, ele migrou para o mma definitivamente em 2012, e já acumula três vitórias seguidas.

Fica a torcida para que ele continue seu caminho de vitórias, representando o karate JKA.

OSS!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Nota de falecimento: Sensei Fernando Athayde


Mais um integrante da Geração de Ouro do karate brasileiro nos deixou.
O sensei Fernando Athayde faleceu aos 64 anos de idade, juntando-se aVictor Hugo Blanco Bittencourt, Ronaldo Carlos e Paulo Góes.
Foi uma perda imensa para o karate brasileiro, que perde com o falecimento de Athayde, uma parte importantíssima de sua história.

Integrante da Seleção Brasileira no Panamericano de 1978 (Canadá), fez parte da equipe de kumite que trouxe o título para o Brasil. Aluno do sensei Takeushi, Fernando Athayde tinha como tokui kata o Hangetsu, e seu kumite era caracterizado pela técnica refinada, aliada a um espírito de luta ímpar.

Fica aqui expressado o profundo pesar da comunidade do karate. Fique com Deus.

OSS!


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O karate é olímpico! E agora?


Foi decretado pelo COI que o karate será uma das modalidades que entrarão nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Mas qual karate, afinal? Há tantas federações e organizações, que fica difícil de entender.

Na verdade, não é tão difícil...
A federação que foi contemplada com a entrada nas Olimpíadas foi a mesma que já está presente nos Jogos Regionais, Jogos Abertos, Jogos Panamericanos, e Jogos Mundiais: a WKF

Para mim não causou nenhuma surpresa a escolha dessa organização, já que é aquela que, há décadas, vem se preparando e se moldando aos desejos do COI.

Com o objetivo de ser modalidade olímpica, a WKF passou a priorizar 100% as competições, e o karate virou um esporte. Deixou de ser uma luta, para virar um esporte.
Escrevo isso sem criticar. É apenas um fato.
O uso de protetores de tórax, luvas bem acolchoadas e caneleiras serve para evitar qualquer tipo de acidente. Não há mais como se nocautear batendo no corpo, e os golpes fortes no rosto são proibidos.
Com isso, os acidentes são minimizados - exatamente como pede o COI.

O karate Kyokushin, JKA e o Tradicional, são considerados muito violentos, e sempre serão, para os padrões do COI.
O uso de luvas pequenas, e a ausência de protetores de tórax e caneleiras, além da exigência do kime (força total nos golpes) e do sistema de pontuação de dois wazari ou um ipon (semelhante ao Judô), faz com que os golpes sejam mais fortes, e as consequências mais sérias...
Comumente vemos nocautes nas lutas da JKA e do Tradicional. Seja por golpes devastadores no corpo, seja por golpes válidos no rosto.

Mas isso quer dizer que a WKF é mais fraca?

Claro que não! São apenas objetivos diferentes, devido a regras diferentes.
Na WKF, o objetivo é tocar, então o que se prioriza é a velocidade. Os pontos múltiplos, fazem com que os atletas sejam mais versáteis.
Em contrapartida não se preocupam tanto com a potência das pancadas ou com a postura dos golpes.

E agora, o que muda para os praticantes de karate espalhados pelo mundo?

Para aqueles que já competem pela WKF, melhora muito, porque agora terão mais visibilidade e patrocínios, além de poderem sonhar com a participação em uma olimpíada.

Para as outras tantas organizações, creio que não haverá grandes mudanças. Aqueles que preferem um karate mais tradicional, com sistema de shobu ipon (dois wazari ou um ipon), sem proteções no corpo ou nas pernas, e possibilidade de nocaute, continuarão em suas organizações.
O Kyokushin é outro exemplo: suas regras exigem nocaute, eles não usam luvas e não podem socar no rosto. Vão continuar assim.
Já não éramos olímpicos, e continuamos na mesma situação.


Dou outro exemplo de duas lutas de chão: o jiu jitsu não é olímpico, a luta-livre é. Mesmo assim, há muitas pessoas que preferem praticar, lutar e competir na arte suave, mesmo sem poderem jamais sonhar com uma Olimpíada. Esses lutadores não abandonam o jiu jitsu pela luta-livre só para tentarem participar de uma Olimpíada.

Agora, resta a todos seguirem seus corações, escolherem a arte marcial e as regras que mais lhe agradem.

Há espaço para todos.

OSS!

** No link, matéria publicada no Portal do Vale Tudo
/http://portaldovaletudo.uol.com.br/hexacampeao-brasileiro-de-karate-analisa-inclusao-da-modalidade-nos-jogos-olimpicos/