segunda-feira, 20 de agosto de 2018

XXX Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional


Foi realizado, de 09 a 11 de agosto de 2018, o XXX Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional 2018, na cidade de São Paulo, SP.

O Belíssimo ginásio da USP recebeu mais de 500 atletas que mostraram imensa qualidade técnica e postura condizentes com o karate Tradicional - que prega não o esporte por si só, não a busca desenfreada pela vitória a qualquer custo, mas sim a postura correta de seus praticantes, e o verdadeiro caminho do budô.

FEMININO

No kata por equipes, o forte trio baiano ficou com o ouro, deixando o Mato Grosso (um dos Estados com mais títulos nessa categoria) com a prata e as atuais campeãs Sul-Sudeste (RS) com o bronze.

No individual, mais domínio baiano, com o ouro ficando para o Gojushiho sho de Letícia Aragão, e a prata indo para a também baiana Martinna Rey. Em terceiro, a gaúcha Cristiane Babinski. As três fazem parte da Seleção Brasileira JKA.


No kumite por equipes, as gaúchas mostraram que se recuperaram da aposentadoria de uma de suas principais integrantes: Hannah Aires. Com uma equipe renovada, elas levaram o ouro, unificando os títulos JKA e Tradicional da modalidade.
A equipe campeã (RS)


No fukugo, uma final de tirar o fôlego: Martinna Rey (BA) contra Manuela Spessatto (RS). Frente a frente duas das maiores campeãs da atualidade, tanto em kata quanto em kumite. Não por acaso estavam fazendo a final da modalidade mais técnica e completa, que mescla rodadas de kata com kumite.
Na luta final, Manuela mostrou uma velocidade impressionante para vencer a rival por 2 x 0 Infelizmente a gaúcha machucou o pescoço durante a luta, e não pôde lutar na categoria kumite individual.

No kumite individual, Martinna Rey (BA), mostrou que esse é o seu ano, e fez história. Venceu, e unificou os títulos da JKA e do Tradicional. Foi a primeira vez que uma atleta conquistou os títulos de kumite individual no mesmo ano, na JKA e no Tradicional.
No masculino, o único a conseguir o feito foi Chinzô Machida (PA).
Martinna Rey (BA)


Destaque ainda para o retorno de uma das mais talentosas atletas do Tradicional: Jamilly Farias (BA), uma das únicas atletas a conquistar os títulos brasileiros de kata individual, kumite individual e fukugo, retornou nesse brasileiro após cirurgia no tendão de Aquiles, e mostrou que está muito bem, ficando com o bronze no kumite individual.

MASCULINO

No kata por equipes, São Paulo ficou com o título para delírio da torcida que lotava as arquibancadas da CEPEUSP.
A jovem equipe gaúcha ficou com a prata, e demonstrou imensa evolução. São fortes candidatos ao título ano que vem...
Quem mostrou também um grande crescimento foi a equipe formada pelos irmãos Lucas, Victor e Bernardo Marinho. Originalmente alunos do sensei Rousimar Neves (MG), eles treinam há alguns anos na renomada APAM, com o sensei Machida.

No individual, o campeão brasileiro JKA de 2015, Andrew Marques (SP), ficou com o ouro, deixando seu companheiro de equipe e amigo, Rodrigo Arita (SP, atual campeão Sul-Sudeste) em segundo lugar. Fechou o pódio o mineiro Fernando Macedo, que atualmente compete pela FERJKT.
Rodrigo Alves (SP), Andrew Marques (SP), Fernando Macedo (RJ) e Augusto Spessatto (RS)


No kumite por equipes, de um lado da chave, São Paulo vencia os campeões brasileiros de 2017 (RJ), com um César Cabral extremamente inspirado. Com dois belos chutes, o paulista fechou a disputa, e sua equipe venceu por 2 vitórias a zero.
Na outra semi, a equipe do Mato Grosso, liderada pelo veterano e lenda viva Vladimir Zanca, passou pela fortíssima equipe baiana.
Na grande final, os mato-grossenses deram uma aula de tática e estratégia, e ficaram com o ouro.


No fukugo, mais um show a parte do veterano Zanca. Aos 48 anos, ele demonstra que o tempo parece não afetá-lo. Chegou à sua oitava final na categoria, e tornou-se o maior medalhista de fukugo de todos os tempos em campeonatos brasileiros. Do outro lado, o campeão panamericano de fukugo de 2013, Jean Edoardo (PR).
Depois do empate no tempo normal, o paranaense consuitou o ouro com um kizami zuki.



No kumite individual, chaves lotadas e lutas muito fortes.
Jayme Sandall (RJ), teve que passar por pedreiras como César Cabral (SP, campeão rasileiro de 2015 e panamericano de 2016) e Allan Araújo (BA, atleta-destaque do brasileiro de 2017) para chegar à semi.
Matheus Cirillo (SP), teve que vencer seu professor e atual campeão Sul-Sudeste Fábio Simões.
Lucas Marinho (PA), tinha em sua chave Frank Manera (Seleção Brasileira JKA).
E na úlima vaga das semifinais, o campeão panamericano de 2007, Vinícius Sant'Anna (PR)

Na primeira semi, um choque de gerações. Jayme Sandall (RJ) vs Matheus Cirillo (SP). E o mais jovem venceu a disputa, com um fortíssimo mawashi e um kizami zuki.
Jayme conquistou sua décima sétima medalha de kumite individual em campeonatos brasileiros (JKA + Tradicional), ficando atrás apenas de Chinzô Machida (18 medalhas) nesse quesito.
Na outra semi, Vinícius usou toda sua experiência para passar por Lucas Marinho. Seria a segunda final de kumite individual do paranaense (a primeira foi a derrota para Alexsandro Jobson, do Rio Grande do Norte, em 2008)
Matheus saiu na frente com um jogai. Quando parecia que o paulista seria campeão por essa pequena punição de seu adversário, Vinícius conseguiu fazer com que Matheus pisasse fora do koto, literalmente no último segundo! Cirillo levou jogai, e o cronômetro zerou com a luta empatada. No desempate, Matheus foi chutar mae geri e ao mesmo tempo Vinícius chutou mawashi (chute circular). Sem querer, o chute do paranaense pegou na perna do paulista, que foi ao chão. Vinícius não perdeu nenhum segundo, e caiu batendo, fazendo ipon.



Fica aqui registrado os parabéns à organização pelo belíssimo evento.

OSS!