segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Os 5 maiores atletas de kumite da história da JKA do Brasil

* Antes de mais nada, cabe ressaltar que essa lista é sobre a JKA do Brasil, entidade criada em 1997. Antes disso, o karate era dividido em Tradicional (criado em 1987) e WUKO (atual WKF). Antes de 1987, o karate era um só. Os atletas que competiram nessa época pertencem à Geração de Ouro, e seus feitos foram os mais importantes, por abrirem as portas para todos os atletas que vieram depois.
Fiz uma lista específica dos maiores atletas da Geração de Ouro aqui neste blog.
Também fiz uma lista dos maiores atletas de kumite do karate Tradicional.
Só não fiz e nem farei uma lista sobre os maiores da WKF porque não tenho as informações necessárias para isso.
OSS

A JKA do Brasil foi criada em 1997.
Em 1999, foi realizado o primeiro campeonato brasileiro, na cidade de São José do Rio Preto (SP). No ano seguinte, foi formada a primeira Seleção Brasileira, para participarem do campeonato mundial da JKA, realizado em Tóquio, Japão.

A Seleção foi extremamente bem representada, com atletas de muita experiência e imensa qualidade técnica, como Lyoto Machida, Chinzô Machida, Jaime Fares (SP), João Camilo (SP) e Richard Monassa (RJ). Chegaram às quartas de final no kumite por equipes, e no "best eight" do kumite individual (Camilo). Mas esse grupo foi reunido apenas nessa competição. Depois disso, jamais competiram juntos.

Em 2002, foi realizado o III Campeonato Brasileiro da JKA, em Arujá, SP. A competição, pela primeira vez, serviu se seletiva para a formação de uma Seleção Brasileira que disputaria o I campeonato Sulamericano da JKA. Era o início da JKA na América do Sul, de forma organizada e conjunta. E também o início de uma Seleção com rosto, identidade, um grupo grande que foi a semente de algo muito maior e mais importante.

Nesse primeiro grupo, estavam pessoas cuja história acabou se confundindo com a própria história da Seleção ao longo desses quinze anos: no infantil, já competiam Letícia Aragão (BA) e Manuela Spessatto (RS), que atualmente integram a Seleção adulta. No adulto, Jayme Sandall (RJ), Rafael Moreira (RS) e Wagner Pereira (SP) começavam a formar o que seria a base de uma equipe que conquistaria diversos títulos.

Farei uma lista dos cinco maiores atletas de kumite da JKA do Brasil. Todos tiveram participações marcantes e ajudaram a construir a história da Seleção Brasileira JKA, no masculino e no feminino. Para ficar o mais justo possível, e menos subjetivo possível, faremos a contagem de pontos, baseados no ranking oficial da JKA. Não haverá bônus por participação nas competições, mas acrescentaremos o bônus por número de lutas pela Seleção, seguindo o seguinte critério: Lutadores com mais lutas - 5 pontos. Segundo lugar - 4 pontos. Terceiro lugar - 3 pontos. Quarto lugar - 2 pontos. Quinto lugar - 1 ponto.

CAMPEONATO BRASILEIRO - Individual: ouro - 12 pontos / prata - 6 pontos / bronze - 3 pontos
Equipes: ouro - 5 pontos / prata - 3 pontos / bronze - 1 ponto

CAMPEONATO PAN OU SULAMERICANO - Individual: ouro - 24 pontos / prata - 12 pontos / bronze - 6 pontos
Equipes: ouro - 10 pontos / prata - 6 pontos / bronze - 2 pontos

CAMPEONATO MUNDIAL - Individual: ouro - 48 pontos / prata - 24 pontos / bronze - 12 pontos /  Best eight - 6 pontos
Equipes: ouro - 20 pontos / prata - 12 pontos / bronze - 4 pontos /  Best eight - 3 pontos


FEMININO


1) Manuela Spessatto (RS) - 147 pontos
Uma das maiores atletas de todos os tempos, a gaúcha foi tricampeã brasileira de kumite individual e vice-campeã sulamericana individual (2010)
É a recordista de lutas pela Seleção, com 40


2) Sônia Coutinho (PA) - 145 pontos

Tricampeã brasileira de kumite individual, Sônia é a única brasileira a ser duas vezes campeã Sulamericana de kumite individual (2005 e 2010).
Tem 22 lutas pela Seleção Brasileira




3) Hannah Aires (RS) - 115 pontos

Filha do sensei Alfredo Aires, Hannah foi bicampeã brasileira individual e campeã sulamericana individual (2013)
Tem 19 lutas pela Seleção.

4) Juliana Vitral (MG) - 85 pontos

Aluna de Rousimar Neves, a mineira foi campeã brasileira individual e campeã sulamericana individual (2012)
Tem 24 lutas pela Seleção

5) Marina Brito (PA) - 68 pontos
Marina é a terceira da esquerda para a direita

Aluna do sensei Machida, Marina foi campeã brasileira e sulamericana individual em 2008
Tem 10 lutas pela Seleção

* MENÇÕES HONROSAS
Vale mencionar as atletas: Audrey Fais (SP), bicampeã brasileira individual (1999 e 2002) e campeã sulamericana individual e por equipes (2002)
Fernanda Monturil (DF), campeã brasileira (2003), vice-campeã sulamericana individual (2005) e bicampeã sulamericana por equipes (2002 e 2005)
Leila Suaiden (DF), bicampeã brasileira individual.



Muitos nomes passaram pela equipe de kumite masculina da Seleção. Grandes atletas e lutadores que contribuíram muito com a história da equipe. Dentre esses tantos, cinco nomes se destacaram ao longo de muitos anos, e foram presença constante nas conquistas do Brasil. Além disso, são os maiores vitoriosos de kumite individual em campeonatos brasileiros.

1) Jayme Sandall (RJ) - 224 pontos




Aluno de Ugo Arrigoni, Jayme é o atleta com mais atuações pela Seleção Brasileira JKA, tendo participado de todos os eventos internacionais da Seleção desde 2002. Tem 86 lutas pela Seleção

2) Rafael Moreira (RS) - 179 pontos


Aluno de Alfredo Aires, Rafael se tornou uma lenda da JKA ao se consagrar no Mundial de 2006 (Austrália), quando ficou entre os oito melhores lutadores do mundo. Tem 73 lutas pela Seleção.

3) Fábio Simões (SP) - 177 pontos



Aluno de Kazuo Nagamine, Fabinho é o único atleta brasileiro a ter mais de 100 lutas em três diferentes organizações de expressão mundial: JKA, ITKF e WKF. Tem 49 lutas pela Seleção

4) Chinzô Machida (PA) - 150 pontos



Considerado por muitos como o maior atleta de kumite da história (Tradicional e JKA), tem a incrível marca de 11 títulos brasileiros de kumite individual (6 na JKA e 5 no Tradicional). Único brasileiro da história a conquistar uma medalha de kumite individual (prata no mundial da Austrália, 2006). Tem 26 lutas pela Seleção.

5) Wagner Pereira (SP) - 103 pontos



Integrante da primeira geração da Seleção, Wagner conquistou 6 medalhas de kumite individual em campeonatos brasileiros. Tem 24 lutas pela Seleção.


* MENÇÕES HONROSAS

João Carlos Camilo (SP), vice-campeão brasileiro individual, campeão brasileiro por equipes e Best Eight no Mundial de 2000 (Japão);
Lyoto Machida (PA), Campeão brasileiro individual
Diego Andrade (BA), Campeão brasileiro individual e por equipes, tricampeão sulamericano por equipes e vice-campeão mundial por equipes (2011)


OSS!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Karate fora das Olimpíadas de 2024


Não é novidade para ninguém que o karate foi uma das modalidades selecionada para participar das Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
Essa foi uma grande vitória da WKF (World Karate Federation), atualmente a maior organização de karate do mundo. Foi a coroação de décadas de dedicação e tentativas para entrar nos Jogos Olímpicos.

Entretanto, notícias recentes dizem que o karate não estará entre as modalidades olímpicas nos jogos de 2024, a serem realizados em Paris.
Esse foi um balde de água gelada nos milhares de praticantes filiados à WKF, espalhados ao redor do mundo. Segundo as informações do presidente da WKF, senhor António Espinós, depois dos jogos de Tóquio, o karate sai novamente do rol de esportes olímpicos.

Fica aqui uma pergunta: por quê?

O karate é um esporte muito difundido ao redor do mundo. Tem milhares de praticantes espalhados por praticamente todos os países do mundo. É mais popular do que o tae kwon do, a esgrima ou o tiro com arco, por exemplo.
Então, por que a demora em entrar nos jogos? E por que, após tantos anos de tentativas, o karate não fica em definitivo nas Olimpíadas?

Eu não sei a resposta. Mas posso tentar imaginar algumas razões e fazer algumas perguntas.

Será que, de alguma forma, isso tem a ver com a desunião histórica na nossa arte marcial?
Será que se fossemos todos unidos, sob uma mesma bandeira, já não estaríamos dentro dos Jogos Olímpicos?

O fato é que são organizações demais! Muitas mesmo, ao ponto de ter virado uma piada de mau gosto.
As siglas se confundem, se sobrepõem, se mesclam em uma salada de letras que nem os próprios praticantes sabem traduzir.
Fica difícil de explicar a um aluno que existem diversos estilos de karate, que dentro de cada estilo existem diferentes federações e organizações, e a qual você pertence.

Fica aqui a dúvida: será que se conseguíssemos, de alguma forma, nos unir, o COI não teria que finalmente admitir nossa arte marcial nos jogos?

Mas como unir algo que está cada vez mais desunido?

Com conversa, reuniões. Basicamente, com vontade política.

Se prestarmos bem atenção, dentro dessa infinidade de organizações, há um padrão básico: umas seguem a linha mais tradicional (regras de shobu ipon, proteção apenas de luvas e protetores de boca, maior rigor na marcação dos pontos, sem divisão de peso...); outras seguem uma linha mais esportiva (pontos múltiplos, uso de protetores de boca, luvas, protetor de tórax, caneleiras, com divisão de peso...)

Então, na verdade, não seria tão difífil unificar o karate em duas linhas principais: karate esportivo, e karate tradicional (* quando escrevo "tradicional" não estou me referindo a nenhuma federação. Apenas ao karate de regras mais próximas à forma como foi concebido)

Mas como unir essas duas formas em uma única competição?
Simples: mantenham-se as categorias de peso, na regra multi-ponto, com uso de protetores de tórax, caneleiras, luvas azuis e vermelhas, etc...
E incluiria-se a categoria absoluto, com regras Shobu Ipon, uso de luvas brancas, sem divisão de peso, etc...

Dessa forma, basicamente, estaria coberta a maior parte dos atletas de karate da atualidade.
E dessa forma, o karate ganharia mjuito mais força, porque seu número de atletas daria um salto, e não haveria mais brigas para atrasar o processo.

Será uma ideia impossível?