sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Fuko-gô e En-Bu

Rodrigo Lúcio (MT), o rei do En-bu no Brasil

Ricardo Buzzi (PR), atual campeão brasileiro de fuko-gô.


Dentro do universo de competições do karate, além de kata e luta, individual ou por equipe, você pode ter ouvido falar de duas modalidades diferentes: fuko-gô e En-Bu.
Mas o que são afinal essas modalidades de competição?
Em primeiro lugar deve-se saber que tanto um quanto outro são encontrados exclusivamente no karate Tradicional (ITKF / CBKT).
O En-Bu é uma demonstração de dois karatecas, onde eles têm entre 55 segundos e um minuto e cinco segundos para apresentarem uma coreografia de luta. Há liberdade na escolha da coreografia, apesar de haver alguns golpes obrigatórios. No final da apresentação, os juízes dão notas. A melhor dupla, sagra-se campeã. O En-Bu pode ser masculino, misto ou feminino. O Brasil tem um título mundial de En-Bu misto, com Vladimir Zanca e Vilda Aparecida, ambos de Mato Grosso, que foram campeões em 2000, no Mundial da Itália. No âmbito nacional, o maior nome dessa modalidade é Rodrigo Lucio (MT), filho do sensei José Humberto. Rodrigo foi diversas vezes campeão brasileiro de En-Bu masculino e misto.
O fuko-gô é uma modalidade individual, que foi criada com o intuito de evitar que os atletas se especializassem só em kata, ou só em luta. Com o crescimento das competições, alguns atletas começaram a se especializar em kata de tal forma que eram grandes campeões sem jamais lutarem. Do outro lado dessa estória, lutadores que venciam competições de kumitê sem se preocupar tanto com a técnica e a forma corretas, que os treinos de kata proporcionam. Com isso, surgiu o fuko-gô.
Nessa modalidade, o atleta avança rodada após rodada, mesclando kata e luta. Em uma rodada ele faz kata contra outro atleta, ambos fazendo o mesmo kata – no caso o Ki Tei kata, criado exclusivamente para essa modalidade. Esse kata não pode ser feito na competição de kata individual ou por equipes: só no fuko-gô. O vencedor é anunciado na “bandeirada”, com os árbitros decidindo o melhor. Passando dessa rodada, ele vai para a próxima, que é luta. Se vencer, avança para a próxima fase (kata) e assim sucessivamente, até a grande final, que sempre, obrigatoriamente, é luta.
Elaine Golubics (SP), sagrou-se campeã mundial de fuko-gô em 1996, no Brasil, mesmo ano em que Ronaldier Nascimento (BA) foi medalha de prata.
No link abaixo, Ronaldier contra Roberto Pestana (RJ) na disputa semi-final do fuko-gô, apresentando o Ki Tei.
http://www.youtube.com/watch?v=0O0McvjIojs
Nesse link, a dupla que dominou o En-Bu misto por anos no Brasil, Rodrigo Lúcio e Vilda Aparecida Lúcio (MT).
http://www.youtube.com/watch?v=cBZ6VmHtgmQ
OSS.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

All Japan e Copa Itaya

Vale dar uma conferida, no youtube, alguns bons vídeos de lutas do All Japan (o campeonato japonês da JKA) e da Copa Itaya (campeonato argentino JKA, nossos rivais no próximo sulamericano).
Nessa luta, o bicampeão mundial Koji Ogata leva um ipon lindo de Kumeda:
http://www.youtube.com/watch?v=aXTC5dvHKsY&feature=channel

Essa é a final entre Shimizu e Nemoto (os dois derrotados por Chinzô Machida no mundial da Austrália)
http://www.youtube.com/watch?v=5y2aAJqTRUw

Nessa, o baixinho Nemoto mostra porque é um dos melhores lutadores do mundo, vencendo e batendo na fera Richard Heselton, um inglês que vive no Japão é tem um karate muito forte.
http://www.youtube.com/watch?v=A25bqbyDxMw&feature=related

Na Copa Itaya, repeteco da final do último sulamericano, e mesmo resultado. O grandalhão Jorge Rivas venceu o baixinho Gastón Gomez:
http://www.youtube.com/watch?v=HAWclDQHFQI

Outras lutas do Gastón que encontrei:
http://www.youtube.com/watch?v=zXecJqzHLEM

http://www.youtube.com/watch?v=RWTVbtnoU9U

É sempre bom estudar nossos principais adversários em ação. As lutas deles seguem todas o mesmo estilo: esperam muito, instigando, ciscando, fazendo o adversário atacar. Daí eles pegam no deai, ou, mais comum, no contra-ataque.
OSS.

domingo, 15 de agosto de 2010

Entrevista Sensei Flávio Costa


No início do karatê no Brasil, houve uma geração de pessoas que construíram a popularidade da nossa arte marcial com força de vontade, técnica e espírito de luta.
Um dos ícones do karatê carioca e brasileiro, um dos maiores atletas que o nosso karatê já produziu chama-se Flávio Costa, atualmente 6º Dan de karatê Tradicional.
Como atleta, sensei Flávio conquistou títulos estaduais, brasileiros e, o mais importante, o título panamericano com a Seleção Brasileira.
Como professor, o mestre formou inúmeros campeões, e cedeu vários atletas para as seleções carioca e brasileira.
Nessa entrevista o sensei abre um pouco sua história dentro do karatê, e comenta sobre uma das maiores lutas da história da arte das mãos vazias, contra o grande Enio Vezulli (SP)


1 - por que começou a praticar karatê? Quem foi seu mestre?
Eu fazia judô e quando a minha aula terminava sempre dava um jeito de ver as aulas da karatê. Neste mesmo ano (1970), entrei para o exército e havia começado a ter aulas de karatê ministrado pelo professor Lirton dos Reis Monassa - Foi como tudo começou.


2 - Comente sobre sua primeira competição. Como foi a primeira luta?
A primeira competição foi na Kobukan, campeonato interno por equipes. A minha equipe era composta por três faixas vermelha e dois faixas verde e conseguimos ficar em 2° lugar.
Quanto à luta eu não havia conseguido apurar qualquer tipo de técnica, era simplesmente um máquina de repetição, pois era faixa vermelha. A partir daí foi que comecei a ver a luta de forma diferente.

3 - Diga seus principais títulos como atleta.
Algumas vezes campeão brasileiro por equipe.
Bicampeão universitário, bicampeão carioca individual e acho que umas dez ou doze vezes campeão carioca por equipes.
Campeão interno da Kobukan. Cito este campeonato por só ter fera na competição.
Campeão Panamericano em Montreal - Canadá
Campeão Brasileiro Individual MASTER.
Todos títulos de kumite.

4 - Por quantos anos integrou a Seleção Carioca?
Mais de 10 anos na Seleção Carioca.

5 - Qual luta de competição que foi inesquecível? Conte como foi, e contra quem.
Foi um Campeonato brasileiro dentro de São Paulo. Fui para a final com o paulista Ênio Vezulli, sendo juiz central Machida sensei e o meu técnico Hiroyasu Inoki sensei. Foi a Luta mais longa e difícil da minha vida, ocorreram diversas coisas como 11minutos de luta,vários empates e desempates e até desentendimento entre o árbitro central e meu técnico.
Não houve campeão este ano porque depois de 11 minutos de luta meu técnico pediu que eu me retirasse.O campeonato ficou só com o terceiro lugar que era ninguém menos do que Paulo Góis (Paulão).
Chegando aqui foi feito um treinamento especial e Inoki sensei me elogiou e agradeceu pelo o que eu havia feito e me presenteou com o maior troféu que ganhei em campeonato e disse ser eu o Campeão Brasileiro daquele ano. Imaginem como me senti?

6 - Tirando seu sensei, quem foi seu ídolo no karatê?
MACHIDA SENSEI

7 - Quais os principais golpes que utilizava, e como fazia para treiná-los?
Gyaku tsuki e mae geri
Com um número incrível de repetições e um zelo cada vez maior para poder atingir uma técnica que deixasse o meu adversário sempre no chão.


8 - Quais os principais atletas que você já formou. Quem foi o maior de todos?
MARCOS FELIPE ( MARQUINHO)
MARCOS FLAVIO VANDERLEI (DELÍNQUA)
ORLANDO RIBEIRO COSTA (IRMÃO)
OSWALDO DE DEUS GONÇALVES
VENCESLAU CARDOSO (MESTRE LAU)
VICENTE DE PAULA
MARCOS BRITO (XUXU)
JOSÉ GONÇALO (JÉ)
ARI ARSOLINO
GEHARD
BRUNO MOUREN
ALEMÃO
EDUARDO CARVALHO DOS SANTOS.
Todos foram grandes SAMURAIS e se dedicaram de uma forma única com força de vontade e perseverança em nome do karatê-do e da academia Flavio Costa.
MARQUINHO com seu KATA UNSU, ganhou muitos campeonatos.
EDUARDO CARVALHO NO KUMITE, foi muito respeitado e ao mesmo tempo uma pessoa muito iluminada e um poder de socializar,ajudar ao próximo e dedicar-se ao CAMINHO DAS MÃOS VAZIAS.
Graças a Deus pude participar da vida de cada um deles. Já com o EDU tive uma convivência maior, pois foi meu cunhado, me deu a honra de poder ser padrinho de crisma do seu filho. E o presente maior: ele é o filho que não tive.
OSS...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Semi-final kumitê - Parte 2

Segunda parte da luta semi-final do XXII Brasileiro Tradicional 2010. Vitória do baiano, que acabou sagrando-se campeão brasileiro.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Semi-final kumitê brasileiro Tradicional 2010

Luta entre Jayme (E) e Alessandro (D). Rio de Janeiro contra Bahia nessa semi-final de kumitê individual no XXII Brasileiro Tradicional 2010.