segunda-feira, 30 de novembro de 2015

XXVII Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional 2015





Aconteceu, nos dias 28 e 29 de novembro de 2015, o XXVIII Campeonato Brasileiro de Karate-dô Tradicional, na cidade de Curitiba, PR.
Alguns dos maiores nomes do karate Tradicional brasileiro entraram nos kotos para disputar os cobiçados títulos brasileiros.


FEMININO
As mulheres, mais uma vez, deram show. No kata individual, Jamilly Farias (BA) fez um Sochin que impressionou a todos pela técnica, velocidade, e principalmente kime.
No fuku-go, a baiana Jamilly manteve a sua hegemonia, e venceu a companheira de Seleção Brasileira Walkyria Villas Boas (MT), para conquistar seu terceiro título consecutivo na modalidade (2013, 2014 e 2015).
No kumite individual, uma final emocionante entre Walkyria e Manuela Spessatto (RS). A gaũcha, atual campeã brasileira de kumite individual na JKA, já tinha vencido a mesma Walkyria na final do kogo. As duas se estudaram muito, mas não se acomodaram: tentavam tirar pontos a todo momento, o que resultou em uma luta muito movimentada e que foi muito equilibrada. Depois de estarem empatadas em 1x1, Manuela entrou um mae geri, mas Wal saiu na distância exata e contra-atacou de gyako zuki tchudan, para fazer o ponto do título.
No kata por equipes, as gaúchas Manuela, Cristiane Babinski e Hannah Aires,  mostraram que estão imbatíveis na categoria, e unificaram os títulos da JKA e do Tradicional.
No kumite por equipes, as donas da casa perderam para as baianas, que venceram nas três lutas, com muita técnica e uma estratégia perfeita. Letícia Aragão, Martinna Rey e Jamilly Farias pareciam imbatíveis.


MASCULINO
No kata individual, Wender Amarante (MT) ficou com o título pela segunda vez (tinha sido campeão em 2008), depois de ter sido vice no brasileiro de 2014 (RJ)
No fuku-go, final entre dois velhos conhecidos: Vladimir Zanca (MT) e Vinícius Sant’Anna (RJ). Os dois buscaram a vitória a todo momento, mas sem conseguir marcar nenhum ponto. No final, os árbitros se basearam na maior iniciativa de Zanca e deram a vitória ao veterano no hantei (bandeirada). Foi o terceiro título de fuku-go dessa verdadeira lenda do karate (2002, 2003 e 2015)
No kumite individual, as disputas se acirraram muito, resultando em vários acidentes graves. Zanca e Fábio Simões (SP) fizeram uma semi-final, enquanto a outra era disputada entre os companheiros de Seleção Brasileira JKA Rafael Moreira (RS) e César Cabral (SP). Na grande final, os companheiros de academia Cabral e Fabinho. Mas, para quem achou que a final ia ser uma “luta de compadre”, os dois lutadores mostraram algo muito diferente.
Fabinho e Cabral não são atletas. Não são só isso. São, acima de tudo, lutadores, samurai que entraram naquele koto dispostos a dar a vida. A luta foi linda, com os dois buscando a vitória sem medo, sem se pouparem. No final, Cabral conseguiu encaixar um belo mae geri, e venceu a disputa.
Cabral e Fabinho se juntaram a um grupo seleto de lutadores que chegaram à final de kumite individual tanto na JKA quanto no Tradicional. Além dos dois paulistas, somente Chinzô Machida (PA), Lyoto Machida (PA) e Jayme Sandall (RJ) haviam conseguido isso.
No kata por equipes masculino, a exemplo das meninas do sul, os paulistas Andrew Marques, Rodrigo Alves e Marcel Raimo unificaram os títulos da JKA e do Tradicional. Entre homens e mulheres, foi a primeira vez na história que a mesma equipe venceu os brasileiros JKA e Tradicional no kata equipe. Parabéns às gaúchas e aos paulistas pelo feito histórico!
No kumite por equipes, muita emoção na finalíssima entre Bahia e Paraná.
Na primeira luta, Cleverson Santi (PR), encarou o experiente e perigoso Alfredo Gamas (campeão brasileiro de kumite individual em 2008). Os dois trocaram golpes, e Santi acabou acertando o rosto de Alfredo, e provocou um corte grave no supercílio do baiano. A arbitragem entendeu que Alfredo estava entrando, e por isso não puniu o paranaense, que ficou com a vitória por doctor stop (impossibilidade do adversário de continuar lutando por conta de lesão).
Se alguém achou que os baianos iam se abalar com isso, se enganou redondamente.
Arlen Silva (ficou entre os oito melhores no Sulamericano JKA 2015) fez uma excelente luta contra Maicon Bertoli (Representou o Brasil no mundial da Eslovênia), vencendo por um wazari.
Na última luta, Cristiano Conceição encarou Jean Laure, que era um dos atletas mais técnicos de todo o campeonato. O baiano partiu para cima, com muita garra e espírito, e venceu por um jogai. Bahia, grande campeã.


Parabéns a todos os atletas que representaram seus Estados nessa competição.

OSS!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Vitor Belfort e o karate

Vitor Belfort e Andrews Nakahara

Francisco Filho, Gilbert Durinho, Vitor Belfort, Dórea e Artilheiro

Vitor Belfort e Jayme Sandall

Glaube Feitosa

Jayme Sandall, Vitor Belfort e Vinicio Antony (2009)

Vitor Belfort treinando karate é sempre notícia.
Já li muita coisa na internet sobre isso, por isso resolvi escrever aqui a história desse renomado lutador de mma com a arte marcial japonesa.

A primeira vez que o Fenômeno treinou karate Shotokan foi em 2001, para sua luta contra Heath Herring. Ele treinou com o mestre Vinicio Antony, grande campeão do Shotokan (Vice-campeão mundial, Seleção Brasileira por 6 anos, 14 títulos nacionais em diversas categorias...). Os dois se conheciam desde que Belfort era criança, pois viviam no mesmo bairro. Impressionado com a técnica de Vinicio, Vitor começou ali seus treinos de karate.

Anos mais tarde, quando ele estava lutando no extinto evento Affliction, voltou a entrar em contato com Vinicio, pedindo para que ele o treinasse novamente. Naquela época (2009), ele teria uma luta contra o casca-grossa Jorge Santiago, que atualmente é um dos treinadores principais da Blackzillians.
Foi nessa época, exatamente para essa luta contra Santiago, que Vinicio me chamou. Me apresentou ao Fenômeno, e desde então passamos a treinar juntos.

A luta, entretanto, jamais aconteceu, porque o UFC comprou o Affliction, e colocou Vitor para lutar contra Rich Franklin, na época um grande lutador americano. Vitor pediu que Vinicio o acompanhasse em seu camping, mas ele não pôde, devido a compromissos profissionais. Então, Vinicio disse a Vitor para me levar, e esse foi meu primeiro camping com Belfort: ficamos 5 semanas treinando na Xtreme Couture, em Las Vegas.

Lembro que logo após sua vitória, ainda dentro do vestiário, Dana Wite entrou com os irmãos Fertitta, e ofereceu a Vitor a chance de lutar pelo cinturão contra o então campeão Anderson Silva. Vitor disse que achava que ainda era cedo para a luta pelo cinturão, mas Dana insistiu. Ele então, mesmo a contragosto, aceitou a luta. Foi exatamente assim que aconteceu, eu estava lá dentro. Quando dizem que Vitor pediu a luta, isso não é verdade...

Nessa época, Vitor morava com sua família na Barra da Tijuca, que também é o bairro onde moro. Vinicio mora bem perto, no bairro vizinho do Recreio. Treinávamos quase todos os dias na academia do sensei Ugo Arrigoni, que na época também ficava na Barra. Foi assim de 2009 até 2011, quando ele se mudou para os EUA.

Vinicio então montou um treinamento para o desafio contra Anderson. Mas Vitor começou a sentir muito seu ombro, que ele tinha lesionado em um sparring na Xtreme Couture (eu me lembro quando ele levou uma queda, se não me engano de Frank Trigg, e machucou feio o ombro).
Foi Vinicio quem o convenceu a não lutar contra Anderson lesionado. Por isso, ele resolveu fazer uma cirurgia no ombro, e Demian Maia acabou o substituindo na luta contra Anderson em 2010, em Abu Dhabi.

Em 2011, viajei novamente para meu segundo camping com Belfort, na preparação para a luta válida pelo cinturão, contra Anderson Silva, a chamada " Luta do Século". Ficamos um mês treinando na Xtreme Couture. Nessa época, Vitor tinha se mudado para Vegas com a família.

Como ele estava morando em Vegas, passamos a não treinar mais regularmente.

Para a sua luta contra Anthony Johnson, Vitor treinou comigo e Vinicio antes de viajar para o seu camping, e voltamos a treinar na semana da luta. Nessa época, seu treinador principal era o Ray Sefo, lenda do kickboxing.

Em 2012, Belfort conheceu Francisco Filho, primeiro brasileiro a sagrar-se campeão mundial Kyokushin (na final, ele enfrentou o também brasileiro Glaube Feitosa). Impressionado com sua técnica, ele o chamou para integrar o time de treinadores do TUF Brasil. Nessa época, ele treinou muito com Francisco, e também com a fera Andrews Nakahara (também um campeão mundial do Kyokushin).

Para sua luta contra Jon Jones, Vitor me chamou. Mas nessa época eu estava reunido com a Seleção Brasileira Tradicional na preparação para o Campeonato Mundial que aconteceu na cidade de Lodz, Polônia, e por isso tive que recusar o convite.
Para essa luta, ele treinou com Francisco Filho e Andrews Nakahara.
E foram esses dois grandes nomes do Kyokushin que também o treinaram para a sua luta contra Michael Bisping, onde Vitor venceu com um nocaute espetacular (mawashi geri jodan)

Na luta seguinte, contra Luke Rockhold, consegui me organizar para ir novamente ficar um mês nos EUA, dessa vez na Blackzillians, na Florida.
Lá, conheci Andrews Nakahara, e me impressionei com seu karate.
Quando fui embora, Vitor trouxe o grande campeão do K1, Glaube Feitosa. Chegamos a ficar no mesmo apartamento por 2 dias, e pude perceber que além de um grande lutador, Feitosa é também uma pessoa exepcional, e um treinador muito inteligente. Vitor estava em excelentes mãos.

Envolvido com minhas competições de karate, e com o fato de ter sido pai, não pude ir aos campings das lutas contra Dan Henderson e Cris Weidman.

Após a disputa do cinturão, ele voltou ao Brasil e me chamou para treinarmos em sua academia na Barra, a Fortfit - academia essa onde o mestre Vinicio Antony ministra aulas de karate jutsu.

Ele pediu que Vinicio fosse o head coach (treinador - chefe) para a sua próxima luta, contra Dan Henderson.

Vinicio aceitou, e, pela primeira vez, viajou para um camping fora do Brasil, ficando três semanas na Florida, treinando o Fenômeno na academia que ele abriu, a OTB.
Cheguei para dar continuidade ao trabalho de Vinicio, e fiquei por um mês na Florida. Foi meu quarto camping fora do Brasil.


OSS!



domingo, 8 de novembro de 2015

Vitor Belfort vence Dan henderson

Com um mawashi geri avassalador, Vitor Belfort colocou um ponto final no UFC realizado em São Paulo nesse sábado.
Na luta principal da noite, o brasileiro manteve a distância de segurança e esperou pelo momento exato para desferir um chute poderoso, que acertou em cheio a lateral da cabeça do americano.
Após o chute, o brasileiro partiu para cima com sua usual "metralhadora" de socos. Logo, Henderson estava nocauteado no chão.

Foi o final perfeito de um camping muito bem realizado.

Mérito total da equipe de treinadores e dos parceiros de treinos, que se empenharam ao máximo por mais essa vitória.

Ultimamente, tenho visto o Vitor Belfort como o lutador que mais se utiliza do karate Shotokan no MMA. Ele compreendeu e incorporou ao seu jogo, a técnica do todo me waza (golpe único e definitivo), tão treinada no Shotokan.
Tem sido assim em seus nocautes incríveis sobre Rich Franklin, Yoshihiro Akiyama, Michael Bispin, Luke Rockhold e Dan Henderson duas vezes. Ele espera o momento certo e desfere um golpe que praticamente acaba com a luta. Depois, conecta sua sequência de socos que só terminam quando o árbitro interrompe o combate.
Dessa vez não foi diferente: em nossos treinos de karate, Vinicio Antony e eu focamos em golpes da longa distância, no tempo correto. Nós sabíamos que se ele fizesse da forma certa, o americano iria sentir.

Importante dizer que os treinos de wrestling com Kyle Griffin e Jordan Johnson foram fundamentais para que ele conseguisse lutar com serenidade, pois tinha segurança de que se fosse levado ao chão, ficaria bem, fosse levantando, fosse trabalhando no solo.
Fundamental também o trabalho de boxe de Pedro Diaz, que deixou Vitor com os reflexos afiados, e uma visão de luta incrível.

E, se não fosse pelo trabalho exepcional de Cassiano Tytschyo, que imitava com perfeição o jeito de Henderson de lutar quando fazia sparring com Vitor, essa vitória não teria sido possível.

O fato dele ter vencido com um chute, não quer dizer que ele não utilizou tudo o que treinou durante as oito semanas de preparação.

Agora é esperar para ver qual será o próximo desafio de Belfort no octógono mais famoso do mundo.

OSS!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Entrevista com Vitor Belfort na UOL


Segue abaixo entrevista na íntegra que o Vitor Belfort concedeu ao blog do site UOL, NA GRADE DO MMA:

Em meio a tantos combates definitivos que Vitor Belfort lutou na carreira, o carioca vive mais um momento-chave neste sábado. Aos 38 anos, ele vem da amarga derrota para Chris Weidman, em que começou bem o duelo, mas acabou nocauteado, e encara pela terceira vez o veterano Dan Henderson. No ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Vitor tem só uma missão: provar que o tempo não está pedindo as contas e que, como prega, ainda tem muito para fazer dentro do octógono.
Dono de frases prontas para qualquer momento, não poderia se esperar nada diferente de Vitor que um discurso em que se diz renovado. Na prática, houve mudanças, sendo a principal sua saída da equipe Blackzilians, para formar um time próprio, com antigos e novos companheiros. Segundo ele, deu até para desenvolver novidades para guardar na cartola para a luta contra o “vovô'' Hendo, de 45 anos.
“Não gosto nunca de ser o mesmo de ontem. Estou evoluindo a cada dia. Gosto de aprender e estar sempre evoluindo. Estou com novas 'armas' e pretendo usá-las nesta luta'', afirmou ele, mantendo um mistério sobre que tipo de armas vem desenvolvendo – e vale lembrar que na última vez que ele teve sucesso com algo do tipo, três nocautes com chute vieram em sequência (contra Michael Bisping, Luke Rockhold e o próprio Henderson).
Vitor teve bons anos de sucesso com a Blackzilians, mas estruturou um novo time e diz que isso o motivou. “Esse camp está muito bom, tudo fluindo bem e me cerquei de pessoas com quem já treinava e outros que chegaram agora, como o técnico de boxe Pedro Diaz, o carateca Vinicio Antony, Jayme Sandall (quem me ensinou o chute rodado com que nocauteei o Rockhold), Jordan Johnson, Cassiano Tytschyo… Tenho treinado intensamente todos os dias e estou muito feliz e motivado''.
Apesar da idade e de ter, nitidamente, precisado parar para pensar no seu futuro quando caiu diante de Weidman, o brasileiro vem falando como se tivesse longo futuro à frente. Chegou a sugerir ao UFC a criação de uma classe “masters'', só para veteranos, a partir de certa idade.
“Eu estou motivado e pronto para o combate, preparado para tudo: nocautear, finalizar, lutar cinco rounds… Gosto de lutar, essa é a minha paixão. Luto porque gosto, e não porque preciso. Enquanto me sentir motivado, continuarei.''
A (nova) polêmica do doping
Mesmo com tanto em jogo dentro do octógono, Vitor não fugiu de mais um tema obscuro que veio de fora dele. Recentemente, a revista Deadspin publicou um longo artigo em que mostrou documentos de um exame do brasileiro com níveis anormais de testosterona, durante seu uso do TRT. Feito em 2012, o exame aconteceu antes da luta contra Jon Jones e teria sido acobertado pelo UFC.
Vitor tem preferido o silêncio sobre o tema, mas disse não ter cometido nenhum deslize naquela ocasião.
“Primeiro, quero deixar bem claro que nunca fugi de pergunta nenhuma. Vocês da imprensa sabem muito bem que sempre respondi tudo o que me perguntaram. Minha vida sempre foi um livro aberto. Todos sabiam do meu tratamento (TRT), tiveram acesso a diversos exames meus pessoais e de comissões. Mas, sobre esse assunto, realmente não tenho nada para falar. O que sei, e todos sabem, é que sempre colaborei com UFC, todas as comissões, imprensa e fãs. Aceitei lutar com o Jon Jones faltando apenas três semanas para a luta, salvei um evento e quase o finalizei logo no inicio do primeiro round'', afirmou Belfort, que foi finalizado pelo então campeão dos meio-pesados.
Abaixo, link para a entrevista:


sábado, 31 de outubro de 2015

Último dia do camping: Belfort vs Hendo III

Jayme Sandall, Kyle Griffin, Ben Carter, Vitor Belfort, Joana Prado, Mark, Jordan Johnson, Cassiano Tytschyo e Adriano Cruz.
Na foto, flafrante da visita do candidato que está tentando uma vaga para concorrer à presidência dos Estados Unidos, o republicano Ben Carter, ao Team Belfort.



Hoje foi o último dia do camping do Vitor Belfort para a sua luta contra Dan Henderson, dia 07 de novembro, em São Paulo.
Para fechar com chave de ouro um período longo de treinos muito duros, Belfort fez um sparring com Cassiano Tytschyo, e mostrou que está voando: rápido, forte, com tempo e distância perfeitos.
Os técnicos Pedro Diaz (boxe), Kyle Griffin (wrestling) e Jayme Sandall (karate), e os sparring Cassiano Tytschyo e Jordan Johnson, além do manolpeiro de mão cheia Adriano Cruz, não poderiam ter ficado mais felizes com esse último treino.

Da minha parte, fiquei muito satisfeito com a evolução do Vitor no karate. O mestre Vinicio Antony já tinha feito um excelente trabalho de karate com o Vitor durante três semanas. Para mim, ficou bem mais fácil: bastou manter o que Vinicio vinha fazendo e deixar Belfort afiado para a pedreira que tem pela frente.

No wrestling, Kyle Griffin e Jordan Johnson foram essenciais na incrível evolução que Belfort teve desde a sua derrota para Cris Weidman na disputa pelo cinturão dos médios (até 84 kg). O brasileiro acertou em cheio ao chamar Griffin para montar todo o seu treinamento de chão.

A presença de Cassiano Tytschyo foi fundamental nesse camping. O experiente lutador de MMA (tem 37 lutas em seu cartel), conseguiu imitar com perfeição a forma de Dan Henderson lutar. Além disso, deu dicas valiosas tanto na luta de chão, quanto na trocação. Muito em breve, tenho certeza, veremos Tytschyo no UFC...

Agora é esperar pelo dia da luta, e torcer para que o brasileiro consiga aplicar tudo o que treinou contra Henderson.

OSS!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O verdadeiro karate


Ao fazer parte da Seleção Brasileira, muito mais importante do que títulos ou medalhas, é o que se ganha em termos de conhecimento.

As experiências não tem preço, e o que se aprende é fantástico!

No sábado, um dia antes dos adultos competirem, tive a chance de conversar com o sensei Machida. Perguntei o que ele estava achando das disputas infanto-juvenis, e como ele estava vendo os lutadores brasileiros até então.

"Jayme, karate mesmo, para ser eficiente de verdade, tem que ter três coisas: kime, zanchin e relâmpago!"

Ele me explicou:
"Tem que ter kime. Golpe tem que ser forte, tem que ser golpe para derrubar mesmo, e não tocar. Na hora de finalizar o golpe, pode até segurar, para evitar ser desclassificado. Não precisa machucar adversário, mas o golpe tem que ser de verdade até a hora de frear.
Tem que ter zanchin, intenção de continuar depois do primeiro golpe. Não pode abandonar depois de fazer o ponto. Tem que continuar com a intenção, mesmo que não faça nada.
E tem que ter relâmpago. Golpe bem rápido, explodindo mesmo. Tem que ter esses três. Aqui, tenho visto muitos golpes tipo relâmpago. Mas não tem zanchin, nem kime, então não é karate mesmo.
Os brasileiros, a maioria tem kime, zanchin e relâmpago. Então, mesmo quando perde a luta, para mim o karate é melhor..."

Essa foi uma aula de karate, de luta, de competição que não tem preço.

O VERDADEIRO karate não tem nada a ver com federações, estilos, organizações ou regras de competição. É um karate que você treina, e que serve para tudo: luta dentro da academia, luta de competição e lutas reais (atualmente, o MMA).

No meu caso particular, o karate que eu treino diariamente serve para tudo. Os mesmos golpes que ensino para os meus alunos, são aqueles que eu treino para aplicar dentro da academia e nas competições. E são os mesmos golpes que ensino ao Vitor Belfort e outros lutadores profissionais que já treinaram comigo (Antoine Jaoude, Cézar Mutante, etc...). Para mim, não existe essa diferença: " isso é golpe de ponto. Isso é golpe de nocaute..."  Para mim é tudo golpe de karate. A única diferença é que dentro da academia seguramos o golpe totalmente; nas competições, seguramos um pouco; no mma, não seguramos nada.

OSS!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Treino na praia: filmagem para o countdown do UFC








Cassiano Tytschyo, Kyle Griffin, Vitor Belfort, Jordan Johnson e Jayme Sandall



Hoje, na praia de Delray Beach, aconteceram as filmagens para o countdown do UFC. Depois de uma corrida de 45 minutos na areia fofa, Vitor fez 6 rounds de 4 minutos, intercalando entre manopla comigo, e wrestling com Jordan Johnson.

Seu preparo físico está assombroso! De todas as vezes em que o treinei, acredito que essa seja a que ele está melhor preparado fisicamente. Sua técnica também está excelente, devido aos treinos exaustivos de boxe com Pedro Diaz e aos treinos de karate com Vinicio Antony.

OSS!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Treinos com Vitor Belfort

Jordan Johnson, Vitor Belfort, Jayme Sandall e Kyle Griffin

Os treinos seguem firmes aqui na Flórida, para a luta de Vitor contra a lenda Dan Henderson.
Dessa vez, Vitor não está treinando em nenhuma academia, como antes (Xtreme Couture em Vegas, e Blackzillians aqui na Flórida). Em vez disso, montou sua própria academia, e treina com seu próprio grupo.

Na parte de chão, está afiando seu jogo de wrestling com o experiente Kyle Griffin, e com o wrestler e lutador de mma Jordan Johnson.

Em pé, afiou seu jogo de karate com Vinicio Antony, e agora comigo. Além disso, treina boxe com a lenda Pedro Diaz, cubano radicado aqui nos EUA, que já formou 21 medalhistas olímpicos.

Outra peça fundamental na equipe é Cassiano Tytschyo, que aos 27 anos já tem um cartel de 37 lutas! Cassiano tem feito sparring com Vitor, e ajuda muito com dicas de chão (é faixa preta de jiu jitsu) e de kickboxing.

Tenho percebido um Vitor muito feliz, focado e confiante. E, mais importante do que tudo: cheio de vontade de treinar. 
Acredito que até a data da luta, ele aumentará ainda mais seu condicionamento físico e sua explosão muscular, além do seu timing e sua distância, e isso fará a diferença na luta contra a pedreira Dan Henderson.

OSS!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Vitor Belfort treina karate Shotokan


No dia 30 de setembro, embarcarei para a Florida, EUA, para ficar um mês treinando Vitor Belfort.
O intuito será o de dar continuidade ao trabalho de Vinicio Antony, que está lá com o lutador do UFC há duas semanas.

Depois de sua luta com Cris Weidman, Vitor chamou Vinicio, com o objetivo de voltar aos treinos de karate Shotokan, que tanto acrescentaram ao seu jogo de trocação no UFC.

Viajo com o objetivo de sempre: adaptar o jogo do karate Shotokan para o MMA, como fiz para as lutas do atleta brasileiro contra Rich Franklin, Anderson Silva, Anthony Johnson e Luke Rockhold.

O karate Shotokan tem uma característica que é peculiar, e que pode ser uma poderosa arma no MMA: por ser uma luta onde a competição é decidida por pontos, e não pela trocação franca, os atletas se acostumam a não levar golpes (exatamente porque esses golpes, em uma competição, poderiam determinar a derrota). Por outro lado, desenvolvemos muito um jogo de tempo e distância que nos permite lutar em segurança, atacando, ou contra-atacando no momento exato, tentando finalizar a luta com um só golpe. A isso, chamamos todome waza (técnica do golpe único)

Pela minha visão, esse tipo de técnica é ideal para um primeiro ataque no MMA. Sei que grande parte das vezes o golpe único não será suficiente. Mas aí entram outras técnicas, como lenzoku waza (técnica de sequência de golpes), e técnicas de média e curta distâncias (essas duas últimas muito bem utilizadas pelos lutadores de boxe e muay thay - duas artes que Vitor também treina).
Ou seja, utilizando a defesa do Shotokan, com o tempo e distância e os golpes longos, além dos contra-ataques e do deai (golpe de encontro) para um "first strike", e depois emendando com uma sequência de golpes que podem ser do boxe ou muay thay. Assim, Vitor será um lutador completo em cima, e extremamente perigoso em todas as distâncias.

Nas lutas contra Rich Franklin, Akiyama, Michael Bispin, Luke Rockhold e o próprio Dan Henderson, ele demonstrou esse tipo de estratégia: iniciava o nocaute com um golpe avassalador que podia vir como um deai ou um golpe longo de uma distância segura, e depois finalizava com uma sequência agressiva, como lhe é característico.

Manterei relatos semanais sobre os treinos e sobre a evolução de Vitor Belfort nesse camping.

OSS!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fotos IX Sulamericano JKA 2015

Todas as fotos tiradas por Sidney Oliveira








Abaixo, fotos oficiais do Sulamericano



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

IX Campeonato Sulamericano JKA 2015









Aconteceu, nos dias 12 e 13 de setembro de 2015, o IX Campeonato Sulamericano JKA.
O evento foi realizado na cidade de Barueri, SP, e foi organizado de forma impecável. Sem dúvida o melhor sulamericano já realizado, com a presença de 11 países.

No dia 12, as categorias infanto-juvenis. O Brasil arrasou! As disputas da categoria 15 e 16 anos, tanto individual quanto por equipes, levantaram as arquibancadas. O Brasil ficou com a grande maioria dos títulos.
Na categoria 13 e 14 anos, final brasileira, com Sávio e Lucas. Nas categorias de kumite por equipes, vencemos em todas as idades. Domínio absoluto!

No dia 13, os adultos.
No kata, levamos todos os títulos: individual e por equipes, masculino e feminino.

No feminino, o grande destaque, mais uma vez, foi Manuela Spessatto, que conquistou o título de kata individual pela quarta vez, com o mesmo Gojushiho-sho que deu a ela destaque no mundial. Além disso, ela foi tetracampeã de kata por equipes, com Hannah Aires e Cristiane Babinski. No kumite individual, ficamos com dois bronzes, com Juliana Vitral (campeã sulamericana de kumite individual em 2012, Peru) e Sara, que participou pela primeira vez de um sulamericano, e lutou com garra e personalidade. Na final, a chilena Suzana Li foi melhor do que a favorita, a argentina Jeanette Castañeda, e levou o título.

No kumite por equipes, semi-final de tirar o fôlego contra a forte equipe chilena. Mas as brasileiras estavam com muita vontade, e passaram por 2 x 1. Na grande final, a Argentina.
Empurradas pela torcida, as brasileiras se superaram: Marina abriu com inteligência, e Hannah lutou com extrema paciência. Entregaram para Manuela fechar com uma vitória de vantagem. Fechando a equipe das hermanas, vinha a perigosíssima Jeanette Castañeda. Mas se ela achava que Manuela estava assustada, se enganou redondaente. A gaúcha venceu por 2 x 0, e o título ficou com o Brasil.


No masculino, o grande destaque foi Rogério Higashizima, que, pela primeira vez conquistou o título do kata individual para o Brasil. Rogério foi superior aos adversários, e deixou o tricampeão Marcelo Monzon (ARG) com a prata. Desde o primeiro sulamericano, em 2002, só argentinos tinham levado o título nessa categoria.

Por equipes, o excelente time de Barueri (Andrew Marques, Rodrigo Alves e Marcel Raimo), confirmou o que vinha fazendo nos treinos: fizeram um Kanku Sho de arrepiar, e trouxeram o ouro para o Brasil.

No kumite individual, dois atletas brasileiros se classificaram para as finais, entre os oito melhores: Arlen Silva, em sua estreia em sulamericanos JKA, perdeu para Ismael (ARG). Já Rafael Moreira, que para se classificar teve que tirar o experiente Gastón Gomes (ARG), venceu o brasileiro naturalizado argentino Roberto Mendes.
Na semi-final, Rafael perdeu no detalhe para o excelente Rodrigo Rojas, que na final contra o argentino Ismael, venceu com extrema facilidade. Rodrigo Rojas (CHI) sagrou-se bicampeão de kumite individual (2013 - 2015)

Na última categoria, o ginásio veio abaixo com a disputa semi-final entre Brasil e Chile.
Os chilenos trouxeram a mesma equipe que conquistou o bronze no mundial do ano passado, no Japão. O Brasil saiu atrás, perdendo a primeira luta por 1 x 0. Na segunda luta, Jayme Sandall pegou o campeão individual, Rodrigo Rojas, e conseguiu vencer por 2 x 0. O Brasil cresceu, e depois de perder mais uma por 1 x 0 e empatar outra, fechou com a belíssima vitória por 2 x 0 de Rafael Moreira. Com duas vitórias para cada lado, valeu o maior número de wazari dos brasileiro. Estávamos na final.

Contra os argentinos, infelizmente, não conseguimos impor nosso jogo. Perdemos três lutas e empatamos duas. Vitória merecida de uma equipe muito forte da Argentina.

O evento foi espetacular, e o comportamento de todos os atletas do Brasil, exemplar. Soubemos ganhar e perder, sempre mantendo a postura que os mestres Sasaki, Machida, Alfredo Aires e Ugo Arrigoni cobram de nós.
Um dia antes das disputas dos adultos, sensei Machida nos disse: melhor perder lutando com postura correta, do que ganhar fazendo errado...

A Seleção Brasileira está de parabéns! O título de campeão geral do evento ficou com o nosso país!

OSS!

* Em breve, resultados completos.


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Lyoto Machida volta às origens




Lyoto Machida voltas às origens.
Está treinando em Setiba, ES, na casa do mestre Watanabe (técnico da Seleção Brasileira Tradicional por vinte anos).
Machida já havia treinado com sensei Watanabe para sua luta contra Ryan Bader, quando o brasileiro venceu por um nocaute impressionante.

Além do mestre, fazem parte do treinamento os atletas Bruno Souza (integrante da Seleção Brasileira JKA 18 a 21 anos), Take Machida (Seleção Brasileira JKA adulto) e Vladimir Zanca (atual técnico da Seleção Brasileira Tradicional)
Com esse time de peso, certamente Lyoto voltará ao UFC em grande forma, com a velocidade, técnica e tempo de luta que o consagraram.

Sensei Watanabe é um gênio, e saberá extrair tudo de Lyoto, fazendo com que ele ultrapasse seus limites. Parabéns a esse grande atleta do UFC, que teve sabedoria e humildade para procurar o sensei Watanabe.

OSS!

* Abaixo, o link dessa matéria que saiu no portal do Vale Tudo:
http://portaldovaletudo.uol.com.br/br/novidades/item/3033-em-busca-da-velha-forma,-lyoto-machida-volta-%C3%A0s-origens-e-treina-com-sensei-watanabe-em-praia-do-esp%C3%ADrito-santo.html

domingo, 28 de junho de 2015

Lyoto Machida derrotado por Yoel Romero

Não deu...
Mais uma vez (a terceira em quatro lutas), Lyoto Machida saiu derrotado do octógono mais famoso do mundo.
Dessa vez, ele enfrentou um oponente extremamente perigoso, que em minha opinião tem tudo para disputar o cinturão em pouco tempo.
O cubano foi melhor desde o início, e não deu muitas chances para o karateca. No primeiro round os dois se estudaram, sem tentar nada muito contundente. No segundo, Romero foi melhor, partindo para cima e levando perigo com algumas sequências de socos. No terceiro round, depois de encaixar bons golpes que abalaram Lyoto, ele derrubou. No chão, o brasileiro não teve a menor chance: levou uma sequência de cotoveladas muito fortes, que o puseram a nocaute.

Antes da luta, Lyoto deu uma entrevista. Perguntado se não estava voltando a lutar rápido demais, ele respondeu que não, que queria exatamente apagar logo a impressão ruim que deixou na última luta.
Na minha opinião, isso foi um erro.
Para apagar a impressão ruim da última luta, acho que ele deveria ter repensado seus treinos, sua estratégia, e, principalmente, ter escolhido um adversário um pouco menos complicado. Sei que é ruim negar luta, mas ele poderia ter alegado que estava muito em cima, que ele precisava de mais tempo. Por mais que Dana ficasse irritado com isso, nada seria pior do que mais uma derrota, ainda mais da forma que aconteceu.

Agora, acredito que ele deveria fazer exatamente isso: pensar com calma em seus treinos, rever seus conceitos, olhar para trás...
O fato é que Lyoto tem lutado de forma muito diferente do jeito que lutava alguns anos atrás. Desde a derrota para Jon Jones (luta em que ele teve um desempenho excelente!), tive a impressão de que ele começou a mudar. Começou a se mostrar um Lyoto diferente, mais receoso de usar seu karate...
Pode ser que eu esteja errado, mas a impressão é que ele não está mais treinando da mesma forma que antes.
Vi uma reportagem grande com ele antes da luta contra Cris Weidman. Em Los Angeles, mostraram a rotina de treinos dele. Vi que ele treinava jiu jitsu, wrestling, muay thay... mas nada de karate.
Sem perceber, ele passou a treinar o que chamo de "pacote de MMA": jiu jitsu, wrestling e muay thay. Com isso, ele passou a ser só mais um, e deixou de lado o seu grande diferencial: o karate.
É claro que acho que ele deve treinar um pouco de tudo. Claro que o jiu jitsu e o wrestling são essenciais, e claro que o muay thay tem muito a acrescentar ao seu jogo. Mas e os treinos de karate?

Ronda Rousey tem mostrado ao mundo que  "pacote" é muito útil, mas que jamais deve-se esquecer ou perder suas origens. Tem mostrado que o judo (sua luta de origem) é, sim, muitíssimo eficaz no MMA. E esse é um dos grandes diferenciais dela - suas quedas que abalam as adversárias.


Torço para que ele volte às origens: acredite e ouça seu treinador, Chinzô Machida, e chame pessoas que já trabalharam com ele como Paulo Afonso, e o sensei Watanabe. Na minha opinião, esse é o caminho para retornar às vitórias tão impressionantes que fizeram com que o brasileiro se tornasse um dos maiores lutadores do mundo.

OSS!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lyoto Machida vs Yoel Romero


Nesse sábado (27/06), na Flórida, Lyoto Machida retornará ao octógono, após sua derrota para o americano Luke Rockhold.
Dessa vez, o karateca brasileiro enfrentará o cubano Yoel Romero. Mais uma vez, Machida terá um wrestler pela frente...
Romero, campeão mundial e vice-campeão olímpico de wrestling, tem um excelente cartel no mma: 9 vitórias e apenas uma derrota. Invicto desde 2011, ele vem de cinco vitórias seguidas no UFC.
Para Lyoto, uma vitória contra o cubano é essencial para que ele refaça sua caminhada até uma nova disputa de cinturão.
Depois do desempenho abaixo da média na luta contra Rockhold, fica a torcida para que ele tenha conseguido fazer uma boa preparação, e que chegue com a velocidade e o excelente tempo de luta de sempre.
Torço, também, para que ele consiga anular o jogo clássico de todo wrestler...

Quando Dana White assumiu o UFC, o jiu jitsu era praticamente imbatível: os brasileiros, geralmente vindos da arte suave, ganhavam sempre. Esperto, ele tratou logo de mudar esse quadro. Os árbitros passaram a ser instruídos a dar mais pontos a quem ficasse por cima, no chão. Independente de estar fazendo alguma coisa ou não. Isso prejudicou diretamente os lutadores de jiu jitsu. Claro, porque se antes eles lutavam com as costas no chão, preparando alguma finalização, agora eles têm medo de lutar assim, porque se ficarem com as costas no chão e não conseguirem uma finalização, acabarão perdendo o round por pontos.
Fica claro que essa mudança de visão em relação à pontuação dos rounds veio com o intuito de favorecer os americanos - em sua grande maioria oriundos do wrestling.
Lyoto, então, deve se manter longe do chão, porque o jogo de Romero será claro: caso leve para o chão, vai estabilizar por cima e deixar o tempo correr enquanto tenta bater.
O brasileiro deve usar sua velocidade para escapar de eventuais tentativas de queda, e manter a luta em pé, onde leva vantagem.

Fica a torcida para mais uma vitória do nosso karateca no UFC.

OSS!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vitor Belfort perde para Cris Weidman


Infelizmente, não foi dessa vez que um brasileiro tirou o cinturão de Cris Weidman...
Pela terceira vez desde que voltou ao octógono mais famoso do mundo, Vitor Belfort perdeu uma disputa de cinturão.

Vitor começou muito bem em pé, e depois de acertar um bom direto, partiu para cima com uma sequência de socos. Weidman colou as costas na grade e se fechou, absorvendo muito bem os golpes. Eles voltaram ao centro do octógono,e  Vitor acertou um cruzado com a mão da frente que abriu o supercílio do amerciano.

Então, Weidman demonstrou imensa inteligência ao mudar de estratégia: parou de querer trocar e levou o brasileiro para o chão. O que impressionou a todos foi a facilidade com que ele conseguiu derrubar.
Uma vez no chão, Belfort "apagou". Ele aceitou com muita passividade o jogo por cima de Cris Weidman. O americano passou a meia-guarda com muita facilidade, e montou, desferindo uma série de socos.
Vitor, faixa preta de Carlson Gracie e muito hábil no Jiu Jitsu, não fez nenhuma tentativa de repor a guarda, ou reverter a posição. Nem mesmo tentou puxar Weidman para sim, para diminuir a distância e evitar os socos potentes que estava levando.
Em vez disso, ele ficou completamente entregue, e levou uma série de socos que fizeram com que o árbitro interrompesse a luta.

Agora é esperar para ver se Ronaldo Jacaré terá sua chance de trazer o cinturão para o Brasil...
OSS!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Weidman vs Belfort


Nesse sábado, 23 de maio de 2015, finalmente acontecerá, com transmissão pelo Canal Combate e pela Rede Globo, a tão aguardada luta entre Cris Weidman e Vitor Belfort.
O americano coloca seu cinturão em disputa contra um Vitor muito focado.
Essa será a terceira disputa de cinturão de Belfort, desde que voltou ao UFC, em 2009. Aliás, as duas únicas derrotas do brasileiro desde que voltou a lutar no octógono mais famoso do mundo, foram exatamente as disputas de cinturão contra Anderson Silva (derrota por nocaute) e Jon Jones (finalização).
Em todas as outras lutas, vitórias convincentes contra adversários muito perigosos: Rich Franklin (nocaute), Yoshihiro Akiyama (nocaute), Anthony Johnson (finalização), Michael Bispin (nocaute), Dan Henderson (nocaute) e Luke Rockhold (nocaute)

Vitor é, de longe, o striker mais perigoso da categoria. Caso Weidman tente trocar com ele em pé, como fez em suas lutas contra Anderson Silva e Lyoto Machida, acho que Vitor vencerá, por nocaute.
Creio que a melhor tática para o campeão será clinchar e tentar levar para baixo, colocando em prática seu jogo de wrestling. Mesmo assim, Vitor tem um grande poder de finalização, vindo da escola Carlson Gracie, e sendo treinado atualmente pela fera Gilbert Durinho.

Tendo treinado por vários anos o karate Shotokan, nossa arte marcial é atualmente parte permanente do jogo de Belfort. Ele sabe mesclar como ninguém o boxe, muay thay e karate Shotokan. Dessa forma, é perigoso na trocação de curta, média e longa distâncias. Para essa luta, Vitor contou com a ajuda do mestre Vinicio Antony, multicampeão, em seus treinos de karate Shotokan.

Torço e confio em uma vitória por nocaute de Vitor Belfort.
OSS!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Fotos Brasileiro JKA 2015

Abaixo, fotos tiradas por Sidney Oliveira. OSS!