terça-feira, 26 de março de 2019

Seguir ideias ou seguir exemplos?

Vou lançar uma pergunta, e dar a minha opinião sobre um assunto polêmico.
Deve-se seguir uma ideia ou um exemplo?

Observo muitas pessoas no meio do karate que adotam uma postura de mestres, postam textos longos com opiniões muito fortes e às vezes intolerantes.

"Tem que seguir o Dojokun!"
"Lutador tem que ter coragem! Não pode virar o rosto!"
"Gente, vocês tem que se esforçar. Karate é isso!"

Essas foram frases reais, que ouvi em seminários ou escritas nas redes sociais.
E percebi diversas pessoas concordando, elogiando o autor das frases.
Certa vez um amigo meu, atleta e praticante há muitos anos, assistiu a uma palestra comigo. O palestrante falava com veemência e enfatizava a importância do esforço, do treino, de nunca parar de treinar. Falava quase gritando. E a maioria dos presentes ficou impressionada com ele.
Meu amigo, ao final, me disse: "Gostei muito da palestra, e você?"
Vi a surpresa no rosto dele quando respondi: "detestei. Esse palestrante ficou mais de dez anos sem treinar. Voltou há poucos meses. Como pode querer ensinar sobre o Dojokun, se ele não pratica?"

O fato é que sempre que escuto ou leio algo, muito antes de concordar e pensar em usar aquilo para a minha vida, eu procuro saber QUEM é a pessoa que está dizendo aquilo.
Quem está falando que lutador tem que ter coragem, ou que karate é esforço? Essa pessoa treina? Sempre treinou? Nunca abandonou o karate? Já competiu? Em resumo: essa pessoa tem história?

Na minha opinião qualquer comentário ou conselho dado por uma pessoa sem história tem que ser olhado com desconfiança.

Eu sigo exemplos, e não ideias.

Se um ex-atleta me dá uma dica de kumite, não me importo se ele foi campeão ou não. Mas eu escuto com atenção, porque ele teve experiência naquele assunto. Então eu posso aprender algo.

Se alguém que nunca competiu, mas treina há décadas e jamais parou de treinar, vem me dizer alguma coisa sobre o esforço, ou sobre o Dojokun, eu vou escutar com atenção. Posso aprender com essa pessoa.

Mas se alguém escreve algo na rede, ou vem me dizer algo, e eu sei que essa pessoa não tem história, não tem décadas de treino initerrupto e pesado, não faz cursos e nem viaja atrás de conhecimento como milhares fazem, então por que devo dar atenção?

Acho isso um desrespeito com quem se esforça de verdade. Conheço muitos árbitros que sempre estão viajando, investindo tempo e dinheiro, treinando com grandes mestres. São pessoas que já arbitraram e assistiram a centenas de competições. Esses têm história.

Confesso que me assusta ver pessoas sem história, que jamais se esforçaram para evoluir ou adquirir conhecimento ou fazer cursos de karate, de repente começarem a postar textos ou dar dicas e conselhos - e muitos dão atenção. E com o passar do tempo essas pessoas vão ganhando força, e são chamadas... de sensei.

Na minha opinião isso é triste para o karate.

Sensei é, antes de mais nada um exemplo.
É alguém que pesquisa, treina, pode ter competido ou não, mas está sempre se reciclando e buscando evoluir.

Eu, particularmente, sigo exemplos.

OSS!

sexta-feira, 22 de março de 2019

Mais uma luta de Rafael Coxinha

Dia 29 de março, o aluno de Fábio Simões  (SP), e integrante da seleção brasileira JKA em 2018, Rafael "Coxinha" Barbosa vai fazer sua décima segunda luta de mma.

Fixa aqui mais uma vez a torcida da comunidade do Karate Tradicional e JKA para que traga mais uma vitória!
Oss!