SULAMERICANO JKA 2008 - Chile

Aconteceu no dia 28 de setembro de 2008 o IV Campeonato Sulamericano JKA. Havia equipes numerosas de Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru e Venezuela.

RESULTADOS
O Brasil demonstrou força na categoria kumite individual masculino, classificando cinco atletas entre os oito melhores (Take Machida, Jayme Sandall, Rafael Moreira, Fábio Simões e Takuma Yokoyama). Fábio Simões foi o único brasileiro a se classificar para as semi-finais, onde perdeu por muito pouco a chance de disputar o título em uma luta duríssima, decidida na “bandeirada”, contra o argentino Marcelo Morón. Além disso, Fabinho venceu o chileno que fora vice-campeão individual no ano passado, em uma luta que foi para o desempate, com um oi tsuki sensacional.
Os outros brasileiros no individual foram César Cabral (SP), que mostrou garra e personalidade na sua estréia na Seleção Brasileira, vencendo duas lutas de forma incontestável; Ariel (PA), que foi para cima o tempo todo e quase aplicou um ipon em seu adversário catando as pernas dele com as mãos; e Clézio (SP), que deu azar pegando um chileno muito bom logo de cara. Trocou golpes de igual para igual, e perdeu nos detalhes. Parabéns para os três.
No individual, deu o favoritíssimo Cristian Salvemini, que sagrou-se bi-campeão sulamericano individual (o primeiro título veio em 2005, no Brasil). O argentino continua lutando de forma fenomenal, aplicando belos ipon e demonstrando uma tranqüilidade poucas vezes vista num lutador.
Na equipe, o Brasil perdeu na semi-final para os argentinos, que estavam com um time fortíssimo, e acabaram sendo campeões. Os titulares da equipe na ordem em que lutaram: Jayme Sandall (RJ); Take Machida (PA); Fábio Simões (SP); Wagner Pereira (SP) e Rafael Moreira (RS).
O destaque da competição foi o ipon aplicado por Take Machida em Gastón Gomes. O argentino, “best eight” individual no mundial de 2004 e duas vezes vice (Japão 2004 e Austrália 2006) por equipes, entrou confiante e partiu para cima do brasileiro. Take teve tranqüilidade e reflexo, e depois de defender um mawashi do argentino, catou sua perna e o derrubou, batendo um gyako antes que o adversário caísse. Ipon clássico, com quinze segundos de luta.

*Kumite individual: 1) Cristian Salvemini – 2)Marcelo Morón – 3)Jorge Lagos – 3)Fábio Simões
*Kumite equipes: 1) Argentina – 2) Chile – 3) Brasil

No kata individual, também deu Cristian Salvemini (também bi, já que no Brasil, em 2005, ele também venceu kata individual). Júlio Teixeira (SP), que fora vice-campeão em 2005, conseguiu subir no pódio mais uma vez, em terceiro lugar.
No kata por equipes... bem, sem querer puxar sardinha para o lado de ninguém, até porque acho que reclamar da arbitragem é besteira, tenho que dizer: o kata por equipes do Brasil, liderado pelo veterano Rousimar Neves, deu show (Rousimar, Bernardo e Fernando)! Foi a melhor equipe de kata que vi na América do Sul, e uma das melhores do mundo. O ritmo dos três mineiros iguala-se ao do kata por equipe dos japoneses, perdendo para os nipônicos apenas na parte técnica individual. Muito, muito bom mesmo. Foi a melhor equipe brasileira de kata que já vi. Infelizmente os árbitros preferiram dar notas maiores para o conjunto argentino, apesar deles colocarem muito menos kime, e fazerem o kata fora do ritmo, de forma explicitamente marcada.

* Kata individual: 1) Cristian Salvemini – 2) Daniel (AR) – 3) Júlio Teixeira
* Kata equipes: 1) Argentina – 2) Brasil – 3) Chile

FEMININO
As mulheres foram simplesmente espetaculares, e mantiveram a escrita de dominarem o kumite da América do Sul (Adrey Fais (SP) campeã individual em 2002 – Sônia (PA) campeã em 2005). Dessa vez, Marina Brito (PA), foi campeã no individual, fazendo a final contra uma argentina. Em terceiro lugar, Sônia e Natasha (RJ).
Por equipes, atropelaram todas as adversárias e foram campeãs.
Natasha teve todo seu dinheiro e documentação roubados na véspera da competição, tendo que passar horas na delegacia. No dia do sulamericano, teve que ir ao consulado brasileiro para resolver sua volta para o Brasil. Voltou ao ginásio meia hora antes de entrar para lutar. Mesmo assim foi terceiro no individual e campeã por equipes. Parabéns!
No kata também venceram individual e equipe. E dizem que a mulher é o sexo frágil...

CONCLUSÕES
A postura de todos os atletas, desde o infantil, passando pelo juvenil até o adulto, foi fantástica. A conclusão que se tira dessa competição é que é possível se vencer um brasileiro, mas é muito difícil.
Isso se deve, em grande parte, à presença de mestres, professores e ex-atletas que passaram experiência e tranqüilidade para os atletas. Os mestres Sasaki e Machida juntaram-se a antigos campeões como Ugo Arrigoni (RJ), Alfredo Aires (RS), Enobaldo Ataíde (BA), Ruy Koike (SP), Celso Koleniskovas (SC), Paulo Afonso (PA), Paulo Bartolo (SP) e muitos outros. Sem essa turma das antigas, não teríamos conquistado nada.
Parabéns a todos! OSS!
PS: Sem esquecer que em breve as fotos do evento estarão no site do amigo e carateca Wagner Silveira (SP), que é fotógrafo profissional além de pai de atleta, e que clicou inúmeras imagens do evento. São fotos de qualidade. Vale conferir (http://www.wsfotografias.com.br/)