quinta-feira, 18 de abril de 2013

Perder não é o fim do mundo

Todo atleta treina pensando na vitória.
Todas as horas de sacrifício durante os treinos sem fim; as muitas vezes em que a vontade de treinar é mínima, mas se vence a preguiça e o desânimo e treina-se ainda mais; as viagens cansativas e o nervosismo antes de lutar.
Tudo isso faz sentido quando se busca a vitória.
Mas a derrota vem, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde.

Ninguém é o melhor o tempo todo. Ninguém é imbatível, invencível. Todo mundo perde um dia.

Particularmente tenho encarado as derrotas com mais naturalidade a cada dia que passa. Mesmo sendo campeão e tendo que defender um título, mesmo sabendo que a pressão quando se vence algum título de peso é grande, mesmo pisando em um koto sendo favorito naquele luta.

Então, quando se perde mesmo tendo toda essa pressão sobre os ombros, se percebe que o mundo não parou por causa disso. Se percebe que isso não faz com que você seja pior, ou menos capaz, ou tenha menos mérito. Perder não significa jogar todo o treino do passado fora. Significa apenas perder.

Para mim, o segredo é também não valorizar demais as vitórias. Vencer é ótimo, claro, ser campeão dá uma satisfação imensa. Mas nunca me fez sentir que eu era melhor do que ninguém. Sempre tive a consciência de que venci naquele dia, naquele momento, lutando naquela chave, e que qualquer mudança nisso poderia ter feito com que eu não fosse campeão. Fosse por uma diferença na chave, um árbitro diferente, ou mesmo uma outra hora.

Não me sentir "o melhor", mesmo quando sou campeão, faz com que eu não me sinta "o pior" quando perco.

OSS.

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