Por Marcelo Alonso
Fotos Marcelo Alonso
Pernas abertas, uma base diferente e um grito antes de cada ataque. Definitivamente, o Vitor Belfort que vi na X-treme Couture tinha algo de diferente do que acompanho desde os 15 anos de idade. Logo após os treinos, descobrimos que seu parceiro de treino era Jayme Sandall, considerado, junto com os irmãos Chinzo e Lyoto Machida, um dos maiores representantes do Caratê Shotokan no Brasil.
Enquanto Vitor tomava um banho depois do treino, Sandall nos contou que Yoshizo Machida também é seu treinador na seleção brasileira, e que os irmãos Machida são grandes amigos. “Na verdade, o Vitor está treinando Caratê há muito tempo com Vinícius Antony, mas ele não poderia ficar aqui por mais de um mês, então ele me perguntou se eu poderia vir para ajudar o Belfort. Estou muito impressionado como ele aprende rápido. Tenho certeza que as pessoas vão perceber algumas diferenças na sua próxima luta”, explica Sandall, que já perdeu para Lyoto na final do campeonato brasileiro de Shotokan.
“Definitivamente, Lyoto e seu irmão, Chinzo, são os melhores lutadores de Shotokan que temos no Brasil, e toda a comunidade do Caratê está feliz com o que eles estão mostrando, como a técnica do Caratê Shotokan é boa”, explica o professor de Vitor. Relaxando depois de um duro treinamento com Jayme e Ray Sefo, Belfort falou sobre os benefícios que o Caratê está trazendo para ele.
“Eu treinei Caratê em 2001 para lutar como Heath Herring. As pessoas gostam muito do Boxe, Wrestling, mas eu sempre tive essa visão de trazer coisas novas que não eram usadas no esporte, como fiz com o Boxe. Depois que conversei com o Lyoto, treinamos juntos algumas vezes no Rio e senti que o seu tempo de luta era do Caratê, então comecei a me interessar novamente pelo Caratê. Fiz algumas adaptações, claro, combinando o Caratê com o meu jogo de Boxe. Estou absorvendo algumas coisas legais do Shotokan para o meu jogo”, garante Belfort, que já alugou uma casa e comprou um carro
“O CARATÊ É, HOJE, A MINHA BASE EM PÉ”
Perguntado sobre o que mais o impressionou no Caratê, Vitor não tem dúvidas. “É uma luta que te deixa relaxado o tempo todo, você nunca mostra o que você vai fazer, você sempre faz o que o seu oponente não espera que você faça. Eu diria que o Caratê é a arte de bater e não ser batido. O que mais me impressiona é o tempo de reação, Jayme está me ajudando muito no treinamento do dia a dia. Isso é o interessante do MMA, você pode combinar quantas técnicas você quiser”, disse o Fenômeno, garantindo que não esquecerá a importância das outras artes.
“Hoje, estou muito mais focado no treinamento de Caratê, mas também estou treinando muito Muay Thai e Boxe com Shawn Thompkins, que é um treinador incrível. Hoje, eu diria que o Caratê é a minha base na luta em pé, junto com o Boxe”, explica Belfort. Fechando a conversa, Vitor promete uma luta intensa no UFC 103. “Vai ser uma luta muito estudada, ninguém pode cometer erros, e eu estou treinando forte para aplicar o meu Caratê, Boxe, Jiu-Jitsu... É deixar as técnicas fluírem e torcer para que tudo dê certo. Eu já me considero um vencedor por me superar a cada dia nos treinamentos, que é a pior parte. Franklin é um grande lutador e eu espero que possamos dar um show no meu retorno ao UFC”.
Na opinião do treinador, Vitor fará uma grande luta. “O Vitor é um fenômeno cara, o apelido dele não é a toa. Ele tem uma capacidade de aprender coisas novas incrível, você ensina uma coisa que ele nunca viu e em dois, três dias ele já está fazendo. O programa que estamos desenvolvendo ele já está pegando de maneira espantosa e tenho certeza que ele já vai usar nosso treinamento contra o Rich Franklin”, aposta Jayme, vendo as mudanças que o Caratê trouxe para o jogo do brasileiro. “A base dele está maior, o controle de distância está melhor, dificilmente estão encostando nele. Ele está bem enquadrado no que hoje em dia chamam de Machida Caratê”, disse, tentando “fugir” dessa definição.
“Eu nem sou contra, porque é difícil definir qual o Caratê que você faz. Esse é o Caratê Shotokan da Federação JKA, essa é a nossa federação. O Chinzo foi vice-campeão mundial, ganhou sete lutas e perdeu uma... Ele é um fenômeno. Eu estava lá e perdi na terceira ou quarta rodada”, relembra, apontando os melhores nomes do Caratê no Brasil. “Em primeiro lugar o Chinzo Machida, que é o melhor. Depois, temos o Fábio Simões e Wagner Pereira, ambos de São Paulo, Rafael Moreira, do Rio Grande do Sul, e eu, do Rio de Janeiro. Essa é a base da seleção brasileira, que vem desde
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