terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ROUBO EM COMPETIÇÕES


Tem atleta que nunca perde. Nunca perdeu uma única luta em toda a vida. É invencível. Ou ganha por pontos - ou decisão dos árbitros -, ou é desclassificado por dar pancada (e, em sua opinião, ganhou), ou é roubado. Perder, jamais!
Será que isso é saudável?
A grande maioria dos atletas, especialmente os de ponta, que se dedicam diariamente, se arrebentam nos treinos em busca de um almejado título, são pessoas competitivas. E detestam perder. Isso é normal, e em minha opinião uma característica necessária em alguém que deseja ser campeão. Mas ter gana de vencer, ser competitivo, lutar com unhas e dentes por um título é muito diferente de não saber perder.
Saber perder é uma das características de um grande campeão. Campeão de verdade, não alguém que vence competições.
Campeão é o lutador honesto, que faz questão de vencer sem nenhum subterfúgio; É alguém que detesta perder, mas sabe que faz parte da vida; É uma pessoa que tenta vencer uma luta difícil dentro das regras, que tenta virar um combate em que saiu perdendo, que não tenta ser desclassificado só para sair por cima, dizendo que perdeu mas bateu; É o lutador que sabe que acontece de levar um wazari que só o árbitro viu, mas que isso acontece ao contrário também, quando o SEU wazari não entrou, mas marcaram.
Acho curioso que o juiz sempre rouba só para um lado. Será?
Parcialidade existe. Falta de honestidade de algum árbitro ao longo de uma carreira pode existir. Mas o lutador que joga toda a culpa de todas as suas derrotas em cima de arbitragem não vai evoluir.
Para mim, vitória é saber que lutei melhor que meu adversário; É sair do kotô sem ter apanhado; É ter vencido a mim mesmo lutando com frieza, garra, inteligência, explosão, velocidade, técnica. Às vezes isso tudo vem acompanhado da vitória, às vezes não. Já venci lutando mal, já perdi lutando bem. Faz parte.
Como muitos lutadores casca-grossa me disseram: “achou que fez um wazari e não marcaram? Perdeu roubado? Treina mais, e da próxima vez dá um gyako tchudan que deixe o cara arriado. Você vai ver se não vão marcar...”

OSS.

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