Ontem (20/11/2010), aconteceu o confronto dos ex-campeões do UFC. De um lado, o norte-americano Quinton “Rampage” Jackson, um nocauteador de mãos pesadas e ground and pound avassalador; do outro, o brasileiro Lyoto Machida, com seu karate preciso.
A luta foi exatamente isso: Rampage indo para cima, querendo definir com socos fortes ou derrubar na tentativa de ficar por cima, castigando o adversário. Lyoto, por sua vez, recuava, tentando manter a longa distância, usando toda sua paciência para não se expor.
No primeiro assalto, Machida começou castigando a perna da frente do adversário com chutes baixos pelo lado de dentro. Acertou bons chutes, mas nada que parecesse abalar Jackson. No final, um round morno, que, para mim, poderia ter sido empate, ou até uma vitória apertada para o carateca.
No segundo, Quinton veio um pouco melhor, e além de um soco no rosto, conseguiu derrubar Lyoto – que logo se recuperou. Outro assalto difícil de se escolher um vencedor. Poderia ser empate novamente, ou uma leve vantagem para Jackson.
No terceiro...
A paciência de Lyoto finalmente deu resultado. Quinton abriu uma brecha – talvez a única de toda a luta – e foi o suficiente para o deai do brasileiro. Lyoto mandou a bomba, que explodiu certeira no queixo do adversário. Muito rápido, Machida explodiu mais dois golpes em sequência, e Rampage ficou claramente abalado, quase sofrendo um knockdown.
Lyoto foi para cima socando sem parar, e conectou um mawashi geri no rosto, mas o americano defendeu todos os golpes se fechando. No final na seuquência, o brasileiro derrubou com facilidade, e depois de passar a guarda, montou. Bateu um pouco, castigou, e tentou um armlock, que foi defendido na força bruta.
Claramente o round foi vencido por Lyoto, com sobras.
Quando o gongo soou, os dois se abraçaram, e Quinton levantou a mão de Lyoto para o público. Segundo ele, o brasileiro tinha vencido, sem sombra de dúvidas.
Mas os juízes pensaram diferente, e por decisão dividida, deram a vitória ao americano, que ficou muito surpreso com o resultado.
O resultado é tudo?
Ginchin Funakoshi, o pai do karate Shotokan, dizia que a vitória deve ser igual à derrota, para um praticante de karate. Confesso que sempre tive dificuldade de entender isso, pois a gente sempre quer vencer. Quando se pisa em um kotô para uma competição de karate, ou em um ringue ou octógono para uma luta de MMA, o importante é sair com a vitória, não é?
Depende.
Hoje, finalmente, acho que comecei a entender o significado de “vitória igual à derrota”.
Deve-se entrar com o intuito de fazer o melhor possível na luta. Atingir o oponente, sem que ele nos atinja. Demonstrar força, técnica, velocidade e espírito de luta. O resultado, esse sim, deve ser encarado como igual. Se você conseguiu lutar melhor, bater sem ser atingido, o que importa o resultado?
Quinton Jackson mostrou ser um samurai. Além de educado, honesto e leal, ele provou que é um lutador de sangue. Veio com tudo, tentou nocautear o tempo todo. No final, sentiu que perdeu, e disse isso. Nem comemorou a vitória, por considerar que tinha perdido.
Lyoto ficou triste, claro, mas também aceitou bem a derrota.
O que importa é a forma como ele lutou, e não o resultado que os juízes definiram.
Se eles deram a vitória a Rampage, ponto final, é partir para a próxima – seja uma revanche ou seja com outro oponente -, sem pensar em resultado injusto ou o que quer que seja.
Parabéns aos dois samurais, que fizeram uma luta cerebral, uma batalha de 15 minutos entre dois gigantes.
OSS.
Depende.
Hoje, finalmente, acho que comecei a entender o significado de “vitória igual à derrota”.
Deve-se entrar com o intuito de fazer o melhor possível na luta. Atingir o oponente, sem que ele nos atinja. Demonstrar força, técnica, velocidade e espírito de luta. O resultado, esse sim, deve ser encarado como igual. Se você conseguiu lutar melhor, bater sem ser atingido, o que importa o resultado?
Quinton Jackson mostrou ser um samurai. Além de educado, honesto e leal, ele provou que é um lutador de sangue. Veio com tudo, tentou nocautear o tempo todo. No final, sentiu que perdeu, e disse isso. Nem comemorou a vitória, por considerar que tinha perdido.
Lyoto ficou triste, claro, mas também aceitou bem a derrota.
O que importa é a forma como ele lutou, e não o resultado que os juízes definiram.
Se eles deram a vitória a Rampage, ponto final, é partir para a próxima – seja uma revanche ou seja com outro oponente -, sem pensar em resultado injusto ou o que quer que seja.
Parabéns aos dois samurais, que fizeram uma luta cerebral, uma batalha de 15 minutos entre dois gigantes.
OSS.
* matéria sobre a luta no Portal do Vale-Tudo:
http://www.portaldovt.com.br/pt/?channel=2&id=2374
4 comentários:
Perfeito Jaime! Pra mim tb foi exatamente isso. Infelizmente, o quesito iniciativa deve ter pesado na decisão dos juízes, devido ao modo não ortodoxo do Lyoto de lutar. Agora é aguardar o revanche! Oss.
Para mim Lyoto foi garfado! O mínimo que o UFC deveria fazer é uma revanche entre os dois. Vamos aguardar! Obrigado! Oss!!
Deve ter sido muito dificil para os juízes darem esse resultado, já que os dois primeiros rounds foram realmente tidados pela estratégia dos dois oponentes e não tiveram vencedores claros. Mas sem dúvida o terceiro foi vencido por Lyoto.
Infelizmente o brasileiro tem que aceitar sua segunda derrota na carreira, mas se serve de consolo
(e nesse caso realmente serve), dentro dele ele sabe que venceu.
me chamo wagner, adoro assistir as lutas de lioto. pra mim ele e o cara do mma.
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