terça-feira, 3 de maio de 2011

XII Campeonato Brasileiro JKA - 2011

Ugo Arrigoni

O pódio do kumite por equipes

Kumite individual

Kata individual




Neste final de semana aconteceram o curso com sensei Imura, e o XII Campeonato Brasileiro JKA.
Na sexta e sábado, o curso com sensei estava lotado. Sempre simpático, Imura esbanja conhecimento, especialmente sobre os katas, que sempre foram sua especialidade enquanto competidor (foi tri-campeão mundial por equipes, e bi individual).
Imura sensei passou por todos os Heians, Tekki Shodan, Basai Dai, Enpi, Jion e Kanku Dai, além de seu kata de competição, o Jite. Muito detalhista, ele tirava as dúvidas e mostrava a aplicação de vários movimentos. Um show!
No sábado à noite, exame de graduação. Os atletas da Seleção Brasileira Fábio Simões e Rousimar Neves fizeram exame para quinto Dan, e Alisson (SP), fez para quarto, além de Daniela Baldini, que fez para o terceiro. Os quatro foram aprovados. Sensei Ugo Arrigoni fez um exame pro forma, para confirmação de Dan. Fez para quinto também, e emocionou todos os presentes fazendo o kata Basai Dai, e lutando jiu kumite com Rousimar, Alisson e Fabinho.

A COMPETIÇÃO

Mais uma vez, o campeonato brasileiro foi um sucesso, com um grande número de participantes em todas as categorias. No feminino, Manuela Spessato (RS), confirmou a excelente fase por que está passando e venceu tanto no kata quanto no kumite individual. Depois de passar pela campeã brasileira e sulamericana de 2008, que está retornando de uma cirurgia, a paraense Marina Brito, e na semi-final pela baiana Daniela Baldini, Manuela abriu caminho para o título na final contra sua conterrânea Hanna Aires, filha do sensei Alfredo Aires. A luta de Manuela e Marina foi um clássico da JKA, e depois de empatarem, a gaúcha levou a luta no detalhe. Marina mostrou que está de volta, e que o tempo que passou parada, se recuperando da cirurgia, não afetou em nada sua qualidade no kumite.
No kata por equipes masculino, o GRB (Barueri), do sensei Ruy Koike, surpeendeu os atuais tricampeões do Dojo Rousimar, e ficaram com o título, deixando os mineiros com a prata.
No kata individual entretanto, Rousimar confirmou seu favoritismo, vencendo pela quarta vez, com seu excelente So chin. Andrew, de Barueri, ficou com a prata, deixando o barioca (mistura de baiano com carioca) José Renato com o bronze. Victor Lage ficou em quarto lugar, pelo segundo ano consecutivo. Eu perdi na eliminatória para Marcel (Barueri), que chegou a ficar entre os oito melhores, mas não avançou para a finalíssima.

Kumite por equipes: havia 12 equipes, de várias partes do Brasil. A equipe Arrigoni foi um híbrido de atletas alunos do sensei Ugo Arrigoni e do sensei Flávio Costa, além de José Renato, aluno do sensei Enobaldo Ataíde, que está treinando conosco no Rio de Janeiro há alguns anos.

De cara pegamos o GRB, que tentava vencer também no kumite, com a mesma equipe que levou o título do kata. Muito rápidos e perigosos, eram uma equipe enjoada de encarar logo na rodada de abertura. Depois das três lutas, tudo empatado, com uma vitória para cada lado. No desempate, conseguimos levar. Passamos em seguida pela fortíssima APAM, do sensei Machida, e com um Take inspiradíssimo e em excelente forma. Foi por pouco. Na semi-final fomos barrados pelos campeões de 2010, a Zanchin de Pederneiras (sensei Wagner Pereira). Eles conseguiram 2x0, e passaram para a final com todos os méritos.

Do outro lado da chave, lutas duríssimas entre Zanca Dojo, Sekai (BA), Dojo Rousimar, Shobukan e Paulo Afonso, entre outros. No final, os paraenses alunos do sensei Paulo Afonso foram para a finalíssima.
No koto central, os paulistas da Zanchin confirmaram que o título de 2010 não veio por acaso, e conquistaram o bi.

Finalmente, o kumite individual, com mais de 70 atletas de todo o país.
De cara fiz uma luta muito dura, e tomei um wazari. Percebi que o atleta me esperava para um deai, mas consegui encaixar um gyako jodan e empatar a luta. Depois, consegui um deai de gyako tchudan e virei. Passei em seguida pelo veloz aluno de sensei Enobaldo Ataíde, o Yura, e peguei o Take.
Take vinha muito bem, rápido, calmo, eficiente, economizando golpes. Geralmente o que ele tentava, era wazari. Seus chutes estavam muito explosivos, e com uma precisão cirúrgica.

Conheço bem Takehiko. Somos amigos há quase dez anos. Eu sabia que se desse uma chance ele me pegaria com seu chute potente, tanto mawashi quanto mae geri. Por isso mergulhei quando ele se mexeu, e consegui um deai de kizami. Depois emendei com um gyako tchudan, e venci, passando por um dos lutadores mais perigosos da competição.
Na final do dojo peguei um aluno do sensei Paulo Afonso – e como todos eles, bem perigoso. Consegui um mae geri e uma sequência de kizami e gyako jodan e me classifiquei para a semi.

Enfrentei o atual campeão paulista, Alisson (SP), que vinha embalado pela vitória sobre o vice-campeão de 2010, Anderson Moraes (PA). Venci por pouco, e me classifiquei para minha segunda final consecutiva.
Do outro lado, Diego Andrade (BA), tendo vencido Wagner Pereira na sua chave, chegava à sua segunda semi em dois anos. Pegou Fábio Simões, e perdeu com dois golpes de go no sen, a especialidade do paulista.
Era hora da grande final.
De um lado, eu, e do outro, meu amigo Fábio Simões. Sensei Imura entrou para arbitrar a grande final.

Depois de 9 lutas (entre equipe e individual), horas de competição, finalmente o momento tinha chegado. Os dois finalistas se encaravam de lados opostos da quadra central.
A luta foi muito difícil, com golpes fortes dos dois lados. Ele saiu na frente, mas consegui virar para 2x1. Como a final JKA é uma luta de 5 minutos, ou quem fizer 2 ipon ou 4 wazari primeiro, seguimos lutando. Ele meteu um lindo haitô na minha orelha, e empatou. No final dos cinco minutos, tudo igual. Lutamos mais dois minutos, e depois de muitas trocas de golpes, ele venceu, com méritos.
Fábio Simões sagrou-se tricampeão brasileiro de kumite individual (2003 / 2009 / 2011).
Eu fiquei com a prata, mas não saí triste pela derrota. A luta foi aberta, forte, justa. Perder assim não dá tristeza, mas sim orgulho por ter participado, por ter estado ali, no koto central naquele momento.

Rafael Moreira voltou depois da complicada cirurgia no joelho. Lutou bem, apesar de se sentir um tanto inseguro. Mais do que normal, em se tratando de cirurgia de joelho. Para a Tailândia, o “Best Eight” em 2006, estará 100%.
Confiram os resultados completos na página: Resultados.

OSS!

4 comentários:

Marcio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcio disse...

Oss Jayme,

Aqui é o Márcio Santos, aluno do Sensei Carlos Rocha e atleta da sua primeira luta no individual.

Foi uma honra lutar com você! Sonhei uns 3 dias com essa luta e infelizmente perdi por muito pouco. Faltaram alguns detalhes que só quem está no circuito das competições conhecem.

Tenho o vídeo da luta. Se quiser, mande um email pra marsp@uol.com.br.

Oss e um abraço

Dinho disse...

Oss! Professor Jayme, Tudo bem? este ano não deu para ir mais, fiquei feliz pelo brilhante eventos e os resultados, parabens!! Seu blog é show!!! Aqui na Bahia, este final de semana estaremos promovendo uma etapa do campeonato Baiano 2011, com as modalidades de Embu, Fukugo, yudansha.Valeu Samurai!!!!Oss!
Edson Xavier- Reflexo Ba.

Jayme Sandall disse...

Oss Marcio
Pois é, a luta foi bem parelha mesmo, foi no detalhe. Sendo aluno de quem você é isso não é surpresa. Sensei Carlos Rocha é uma lenda do karate.
Grande Edson, você fez falta lá. Boa sorte no campeonato baiano. OSS!